A imposição da realidade. As bravatas eleitorais. A inserção do Media Training. Atitude Republicana ou Recuo Estratégico?

Na última sexta-feira, 22, o prefeito de Parauapebas, Aurélio Ramos (Avante) esteve no estúdio da Rádio Arara Azul, concedendo entrevista ao competente comunicador Elson Brito.

De partida, vale registrar que o citado mandatário descumpriu mais uma vez promessa feita em campanha, que fez questão de reforçar após eleito: não pisaria nas dependências do referido veículo de comunicação. Assim como outras bravatas, Aurélio “queimou” a língua. Por outro lado, o descumprimento pode ser visto como um ato de humildade? De reconhecimento de erro? De maturidade política? Ou seria, como apontado por muitos, um recuo estratégico por conta de sua baixa popularidade?

Essa questão não é a mais importante deste artigo analítico. O que vale é acompanhar as justificativas do atual mandatário parauapebense para o não cumprimento de promessas de campanha e, consequentemente, sua baixa popularidade em pouco mais de oito meses de gestão.

Como primeira pergunta da entrevista, Elso quis saber o motivo do não cumprimento do que foi falado na campanha. Em sua resposta, Aurélio reconhece que a promessa não seria possível de ser cumprida (tapar todos os buracos da cidade em seis meses). Percebeu que “berrar” em redes sociais e em sessão parlamentar é fácil, agora quando se “senta” na cadeira de prefeito, o “buraco é mais embaixo”, como dito pelo mesmo. A sessão de sincericídio foi a confirmação do estelionato eleitoral, reconhecido ao vivo.

Antes quando uma obra não saia do papel, na condição de parlamentar, Ramos esbravejava na tribuna da Casa de Leis. Na entrevista, reconheceu que há muita burocracia e que, por exemplo, impede que contratos sejam executados e obras entregues. Só agora no cargo de prefeito, Aurélio entendeu isso?

Ficou claro que o entrevistado passou por um treinamento antes de conceder a entrevista. O Media Training entrou em “campo”. Diversas consultas feitas ao celular ao ser perguntado evidenciaram tal preparo, além de sinais enviados por seus assessores presentes no recinto, o que é normal e cada vez mais habitual no meio político.

Todavia, pelo perfil, dias de treinamento não conseguem evitar deslizes verborrágicos, como no caso do questionamento sobre a Secretaria de Governo (Segov), que além de não “enterra-la” como prometido, nomeou a irmã para fiscalizar o secretariado, mesmo os mais próximos do mandatário. Pegou mal internamente. Ou seja, depois de oito meses de gestão, se tornou público a real função de Nathalia Ramos.

Durante toda a entrevista, Aurélio Ramos deixou claro o quanto as críticas nas redes sociais o incomodam. Ficou claro (como observado atentamente na entrevista) que o alcaide parauapebense é pautado pelas redes, que monitora continuamente à sua popularidade. Precisa ser elogiado, se acostumou quando recebia muitos apoios quando só “atirava pedras”, agora virou vidraça.

Aurélio Ramos vive o que a psicologia chama de “síndrome do espelho retrovisor”, acomete pessoas que vivem excessivamente focadas no passado, o que as impedem de desfrutar o presente e de se projetarem no futuro. Esta atitude pode levar a uma visão limitada do potencial próprio e a uma dificuldade em criar novas realidades, já que a pessoa se baseia nas suas limitações e experiências passadas para tomar decisões.

Se faz necessário olhar para a frente, cumprir o que foi prometido. Finalizando o oitavo mês de gestão, a cada dia o passado vai deixando de ser justificativa.

Imagem: Rádio Arara Azul

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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