Na semana que passou, o jornalista Pedro Bial retornou com a nova temporada do seu programa “Conversa com Bial”, talk-show que passa na Rede Globo no fim da noite e início da madrugada. Na semana de estréia do programa, diversos convidados de renome aclamação do público, foram convidados. As presenças mais esperadas eram o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e do professor e filósofo Olavo de Carvalho.
Desde quando Moro tornou-se celebridade, após assumir a operação Lava Jato na primeira instância, que crítico a sua atuação enquanto magistrado. Primeiro por sua parcialidade velada, que sempre deixou claro que suas tendências políticas e partidárias pessoais interferiam em suas sentenças. O caso mais emblemático foi na peça condenatória do ex-presidente Lula. O processo foi alvo de diversas críticas (muitas delas sem interesse político ou ideológico) de magistrados e operadores do Direito, que afirmam que a sentença é fraca em sua sustentação jurídica. Mas enfim…
Em diversas aparições públicas, Moro demonstra pouco conhecimento e um vocabulário pobre. A entrevista com o Bial foi emblemática. Em outra situação, no caso da aparição no Senado, o ex-juiz inventou termos que não existem na língua portuguesa, e justificou as “escorregadas” pelo cansaço. Ao ser entrevistado por Bial, que ao perguntá-lo sobre assuntos de seu ex e atual ofício, suas respostas sempre foram superficiais, sem aprofundamento minimamente técnico, como manda o “Juridiquês”. Com “deslizes” como a falta de resposta ao ser perguntado sobre qual leitura mais gosta, o ministro respondeu que prefere biografias. Mas não soube (ou não conseguiu lembrar qual foi a mais recente obra do referido gênero que havia lido), externando que “não tem memória boa”.
A verdade é que Moro sempre foi um magistrado medíocre. Sua ascensão está ligada à política, ao relacionamento político-partidário construindo por seu pai junto ao PSDB de Maringá, no qual foi dirigente da legenda. Sérgio passou na prova para o juízo, mas nunca obteve êxito no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Virou celebridade por aceitar fazer o “serviço” de caça a determinados agentes políticos de um partido, mesmo que isso significasse uma alquimia jurídica, ficando fora da órbita da legalidade do Direito.
Sua estada no Ministério da Justiça e Segurança Pública está muito mais ligada ao modus operandi do bolsonarismo, que se utiliza da popular imagem positiva do ex-juiz. Se o processo seguir conforme o planejado, em 2020, com a aposentadoria do ministro Celso de Melo, que ao atingir 70 anos, terá que se aposentar compulsoriamente, Moro poderá ser indicado para assumir a vaga no Supremo Tribunal Federal, o que transparece ser o seu objetivo maior desde quando se tornou juiz federal. É a supremacia da mediocridade coletiva que se impõe cada vez mais no Brasil.