No último domingo (13) estreou mais um veículo regional de comunicação na rede mundial de computadores. Trata-se da “Roma News”, portal de notícias lançado por Rômulo Maiorana Júnior, ex-presidente das Organizações Rômulo Maiorana, o maior grupo de comunicação do Pará.
Em outubro de 2017, as Organizações Romulo Maiorana sofreram uma surpreendente reviravolta. A disputa entre os seis irmãos pelo comando da empresa transpôs os muros e tornou-se pública. Ronaldo e Rosângela destituíram do comando central o irmão Rômulo, seguindo sequencialmente os ritos legais (assembleia – ata – registro – ação judicial) tomaram as rédeas da gestão.
Há tempos que havia uma guerra silenciosa dentro da empresa. Os irmãos em um total de seis (com diferentes níveis de participação acionária), já vinham divergindo intermitentemente. A gestão de Rômulo era muito questionada. Primeiro pelo seu perfil, cada vez mais distante do cotidiano da empresa. Gerenciava de longe, dos Estados Unidos, deixando aqui pessoas de sua confiança para executar as suas ordens. Depois a crise financeira com o risco de perder o posto de afiliada da Rede Globo, pela dificuldade em manter as metas da emissora carioca e o nível de satisfatório de operacionalidade. Na época da saída de Rômulo do comando haviam dois questionamentos: a crise poderia levar o grupo à derrocada? Ou, quem sabe, sob novo comando, melhorar a sua imagem e forma de relacionamento social, talvez, menos político, com um jornalismo menos parcial?
Inegavelmente a linha editorial sofreu alterações. Uma nova forma de produção de notícias, de relacionamento ficou evidente a quem acompanha os jornais (televisivos e impressos). A proposta de ambos seria implementar uma política de coexistência pacífica com os Barbalho? Tudo indica que sim. Primeiro, os ataques a Jader e Helder diminuíram bastante. Não só houve diminuição, como também passaram a noticiar ações positivas dos citados, algo impensado na época que Rômulo comandava.
O novo perfil de atuação das ORM confirma uma nova era, um processo de renovação interna, sem o anterior “modus operandi” de Rômulo, muito mais pautado na disputa pessoal, do que no jornalismo responsável.
O ex-presidente do grupo depois de meses afastado, dando a entender que deixaria para trás 31 anos de poder supremo, e que ficaria restrito a ações empresariais no ramo da construção civil e imobiliário, retornou aos holofotes. Criou o Portal “Roma News”, claramente uma resposta aos irmãos e aos seus adversários. Não, por acaso, que escalou uma renomada equipe de jornalistas para dirigir o seu portal, claramente um concorrente ao portal ORM, de seus irmãos.
Na estreia, o referido concedeu entrevista aos jornalistas que contratou, escreveu e produziu editorial sobre a sua história, desde o falecimento de seu pai, período que assumiu a presidência do grupo. Sobre candidatura, Rômulo repete o que sempre faz a cada quatro anos: deixa no ar a sua possibilidade de concorrer ao governo do Pará ou ao Senado Federal; mas, como sempre, não passa de “balão de ensaio”, especulação que logo em seguida é desmentida pelo próprio.
A eleição de 2018 terá algumas novidades relevantes: ORM mais próximo dos Barbalho; um Rômulo Maiorana sem o poder de antes, e o Palácio dos Despachos sem o mesmo apoio anterior das ORM, agora sob novo comando. O novo cenário promete…