A queda do indecoroso Premiê

O que já era esperado aconteceu nesta manhã (horário brasileiro, período vespertino na Inglaterra) que foi a queda do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, do Partido Conservador. A situação era insustentável após a renúncia de 50 membros do governo, ocorrido depois que uma série de escândalos – dentre eles sexuais – vieram à tona nos últimos dias.

O próprio Johnson já vinha sofrendo muito desgaste desde 2021. Sua popularidade vinha caindo a cada nova medição. A opinião pública já não aturava a sua postura um tanto quanto fora dos quadrantes do decoro do cargo (algo levado muito a sério pelos britânicos) há três anos, desde quando assumiu após a renúncia de Theresa May, sua antecessora, também do Partido Conservador. No caso dela, a sua queda ocorreu por conta do Brexit, que foi a saída do Reino Unido da União Europeia.

Voltando a Boris… As críticas referentes à sua gestão foram intensificadas em janeiro deste ano, quando vazou a informação de que o premiê havia promovido festas no jardim da residência oficial de Downing Street, em Londres, durante o primeiro lockdown contra o coronavírus. O caso desgastou muito a imagem do então primeiro-ministro, que veio a público pedir desculpas pelo fato. Enquanto os britânicos estavam seguindo à risca os protocolos de segurança, a maior autoridade política do Reino Unido não seguia. Ou seja, se alegava que Boris deixou de ter moral para governar o país.

Segundo informações da CNN Brasil, no Reino Unido, Johnson era acusado sistematicamente de desrespeitar o procedimentos do governo e dobrar as regras quando lhe conviesse. Seu reinado controverso chegou ao fim. Sua queda esta muito mais relacionada ao seu comportamento do que necessariamente incompetência em gerir o país. Foi o principal responsável pelo Brexit, que hoje é visto como um grande erro pelos britânicos, pois a saída do Reino Unido é vista como uma consequência econômica negativa.

Vale o registro que o agora ex-primeiro-ministro não caiu de paraquedas na política. Sua carreira teve início nos anos 2000; em 2001 foi eleito para representar o distrito de Henley-on-Thames no Parlamento. Em 2004, foi eleito vice-presidente do Partido Conservador e em 2008 deu início ao cargo de prefeito de Londres, após vencer eleições apertadas em 2007. Foi reeleito prefeito de Londres em 2012. Após deixar a prefeitura com bons índices de aprovação, em 2016, foi nomeado Secretário de Estado para Assuntos Externos e da Commonwealth. Em 23 de julho de 2019, Johnson foi anunciado como o novo líder do Partido Conservador e formalmente designado como primeiro-ministro.

Agora o Reino Unido fica a espera de quem irá gerir a sua política. Certo é que o próximo primeiro-ministro continuará sendo do Partido Conservador. Boris Johnson mostrou-se um político que sempre se posicionou em uma linha tênue entre posturas polêmicas e o decoro do cargo. Para os padrões britânicos o mesmo foi um ponto fora da curva.

Imagem: Leon Neal/Getty 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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