A resistência tucana

Chegou a ser impensável a possibilidade do prefeito Zenaldo Coutinho apoiar a possível candidatura do ex-governador Simão Jatene a Prefeitura de Belém. Tese sustentada pelo afastamento de ambos, causado pela última eleição ao governo do Pará, disputa que Jatene escolheu como candidato, um nome fora do ninho tucano, o então presidente da Alepa, Márcio Miranda (DEM).

Como já dito aqui, Zenaldo esperava que, após sete anos comandando a máquina municipal da capital, fosse ele o ungido pelo governador a sua sucessão. Pela negativa, diziam que o prefeito daria o troco em 2020 ao grupo “jatenista”. O Blog recentemente analisou e abordou a questão sobre a sucessão de Coutinho em três artigos. O mais recente tratou de dois nomes fora do PSDB, e que estavam sob análise e pretensão do mandatário municipal: o deputado estadual do Cidadania, ex-PPS, Thiago Araújo e o deputado federal Cássio Andrade, do PSB.

Zenaldo escolheria – a exemplo do que fez Jatene há dois anos – uma opção fora do partido, não dando, portanto, a oportunidade de surgir um forte nome interno para 2022. Mas aí há outro fator que vai além das rugas tucanas: a formação de uma próxima dinastia no governo do Pará, a do MDB, sob liderança de Helder. Então, neste processo, Simão Jatene surge como a única possibilidade de vitória do PSDB na disputa pelo Palácio Antônio Lemos. Qual outro nome genuinamente tucano teria a possibilidade de conquistar a prefeitura da capital paraense?

O mais falado, até o momento, atende por Celso Sabino, atualmente deputado federal, e que considero o melhor quadro do partido. Mas lhe falta musculatura eleitoral para concorrer ao Antônio Lemos – ainda mais em condições desfavoráveis – após a tempestade que o prefeito Zenaldo Coutinho impôs aos belenenses em seus oito anos de gestão. Em termos de condições político-eleitoral (apesar do desgaste de imagem e avaliação) ainda é o ex-governador Simão Jatene.

O fato novo é que serviu de fomento para a produção desta análise foi a possibilidade (talvez essa mais real do que a do pai em disputar a prefeitura) é o nome de Izabela Jatene, filha do governador para concorrer ao parlamento municipal da capital. Vale registrar que, dentro da engenharia tucana – sob o comando de Simão – para as eleições de 2018, o então governador deixaria o governo sob a tutela de seu vice, Zequinha Marinho, lançando-se ao Senado. A filha, Izabela, tentaria uma das 17 vagas do Pará na Câmara Federal, o que foi confirmada (a intenção) quando ela assumiu, sob a tutela do pai governador, a Secretaria Extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis, novo arranjo institucional, responsável à época pela relação do governo do Estado com os municípios. Mas tudo isso foi “por água abaixo” quando o vice Zequinha Marinho não concordou em assumir e não concorrer à reeleição (no Blog há diversos artigos sobre os meses que antecederam a disputa eleitoral citada). 

Agora, Jatene tenta reconstruir a estratégia de seu clã. Izabela deverá concorrer a uma das 35 cadeiras da Câmara de Vereadores de Belém. O pai, quem sabe, ao Antônio Lemos. Via Jatene, a resistência tucana se firma e tenta manter-se presente frente ao trator chamado MDB. A ver. 

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