Conforme anunciado e esperado, nesta terça-feira (27), a mineradora Vale divulgou o seu balanço do quarto trimestre de 2017. O lucro líquido foi de R$ 2,5 bilhões. O aumento em comparação ao mesmo período de 2016 foi de 61%, portanto, resultado satisfatório. Em comparação ao trimestre anterior (o terceiro), ocorreu recuo de 64%. A diferença menor no comparativo entre os dois últimos trimestres do ano, de certa forma, era esperado por dois motivos (um é confirmado e recorrente anualmente, o outro se posiciona no campo especulativo, ou seja, depende de fatores exógenos – como, por exemplo, a variação de mercado).
No último trimestre de cada ano, a região norte entra no período chamado “inverno amazônico”, ou seja, ocorre maior incidência de chuvas. O índice pluviométrico eleva-se consideravelmente, o que dificulta a manutenção dos níveis de exploração mineral, e consequentemente de produção, por exemplo, em Carajás. Outro fator (menos esperado) diz respeito ao preço dos minérios no mercado internacional. No caso do ferro, os preços recuaram para 63,10 dólares por tonelada no quarto trimestre, ante 67,17 dólares no terceiro trimestre e 69,40 dólares no mesmo período do ano anterior.
Somando todos os balanços do ano passado (quatro levantamentos trimestrais) apontaram que o lucro líquido anual da Vale somou 17,6 bilhões de reais, ante 13,3 bilhões de reais no ano anterior. O resultado é satisfatório e mantém a estratégia definida de redução de custos e do endividamento da mineradora. Esse foi o principal objetivo de Fábio Schvartsman ao assumir o posto funcional mais alto da Vale, em abril de 2017.
Segundo o relatório divulgado, o desempenho operacional e a conclusão do programa de desinvestimento, propiciaram a aceleração da redução da dívida líquida da Vale, alcançando 18,1 bilhões de dólares no fim de 2017, queda de 6,9 bilhões de dólares ante os 25 bilhões de dólares no fim de 2016. A empresa reiterou a meta de alcançar uma dívida líquida de 10 bilhões de dólares no curto prazo, talvez, já no fim do ano corrente.
Os acionistas da Vale soltaram fogos com o balanço divulgado. Especialistas de mercado apontavam que os números (especialmente o referente ao lucro líquido) ficaria em 1,5 bilhão de reais. O balanço apontou R$ 2,5 bilhões. Os resultados vêm um ano após os principais acionistas proporem tornar a mineradora uma empresa de capital pulverizado e com melhor padrão de governança.
A expectativa de retomada da economia global e da demanda por minério de ferro tem levado analistas a recomendar a compra de ações da Vale. Os resultados desta terça-feira (27) podem indicar mais um motivo para a mineradora continuar subindo na bolsa brasileira. Agora sob novo formato de ação e organização, a Vale mostra cada vez mais que vale.