Na semana passada, um assunto altamente relevante (restrito obviamente aos mais atentos) ocorreu e passou – pela maioria – de forma despercebida. O ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, terá uma linha de perfume que será lançada nos próximos dias, a exemplo de sua esposa, Michele Bolsonaro, que detém uma série de produtos em seu nome.
O perfume de Bolsonaro terá a fragrância: “Força Masculina e Resiliência”, uma frase que representa bem o estilo bolsonarista de ser. O fato pode ter tido pouca importância justamente por ter sido entendido por muitos como sendo um fato sem importância, uma “bregueço” de alguém que, simplesmente, quer ganhar mais dinheiro com sua popularidade, encarado como um ato de autopromoção, em que Bolsonaro, inelegível, fora da política, resolveu seguir novos rumos.
Muito pelo contrário. O ato de lançamento de uma linha de perfume, por exemplo, poderá ser uma exitosa estratégia de fidelização ainda maior de seus seguidores; poderá criar um elemento de identificação com o eleitorado; ser um processo de firmamento de identidades. Essas conexões precisam ser monitoradas, neste caso pelos que são oposição ao bolsonarismo. A Esquerda, precisa, fundamentalmente, ficar em alerta. Não se trata apenas de lançar um produto, neste caso, um perfume, sendo entendimento simplesmente como um ato de apelo comercial e financeiro de uma família que pretende lucrar com os seus seguidores.
O produto será lançado no próximo dia 21, data que Bolsonaro aniversaria, sob a responsabilidade de Agustin Fernandez, maquiador e amigo de Michelle Bolsonaro. O empresário será o responsável pela comercialização do produto, a exemplo da linha da ex-primeira-dama que é já vendida pela empresa de cosméticos dele.
Portanto, o fato não se trata de um produto em si. É, como dito, muito mais do que isso. É o ato de fidelização em nível mais elevado de seguidores. Como dito no título, é “além da fragrância”.
Imagem: reprodução Internet.