Alvo da PF, irmão do deputado federal Éder Mauro é exonerado da Superintendência da Pesca no Pará

O deputado federal Éder Mauro (PL), que se apresenta como o baluarte da moralidade, mais uma vez se viu em meio a um caso – assim como em outros – que fez cair por terra essa imagem imaculada que tenta vender ao eleitorado. Pois bem, segundo matéria do site Coluna Olavo Dutra, anteontem, 21, o Diário Oficial da União publicou a exoneração de Amaurivaldo Cardoso Barra e Chrystian Cruz Vilhena da Secretaria Nacional de Pesca no Pará. Vamos aos nomes: Vilhena é braço direito de Barra, irmão de Éder Mauro.

O caso envolve a operação da Polícia Federal batizada de “Tarrafa”, com objetivo de combater fraudes no seguro-defeso no Pará, fato, aliás, que não é novo. Outras operações foram feitas para coibir desmandos no setor, sobretudo, no que diz respeito ao cadastramento de pescadores, quase sempre em numero elevado, não correspondendo à realidade.

Conforme matéria postada por Dutra, após diversas diligências da PF, “Amauri da Pesca”, nome que o irmão de Éder Mauro vem usando nesse período de pré-campanha a deputado estadual, não havia sido encontrado. Não se sabe, por exemplo, se está foragido ou preso. De todo modo, o fato atinge em cheio o deputado federal bolsonarista, que indicou o irmão ao cargo em comissão de chefe da Divisão  da Pesca no Pará.

Mauro já foi aliado do governador Helder Barbalho (MDB), recebendo por isso a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), indicando à época o seu filho Rogério Barra para gerir a pasta. Porém, a relação logo azedou entre o deputado e o governador, até que a pasta foi entregue. O caso foi encarado como incompatibilidade política, mas nos bastidores a questão era outra: incompetência gerencial e suspeitas de malfeitos com recursos públicos.

Em matéria publicada pelo Portal G1-PA, em 2021, uma fazenda comprada pelo deputado Éder Mauro foi alvo de uma operação da Diretoria Estadual de Combate à Corrupção (Decor), da Polícia Civil do Pará (instituição que, aliás, o parlamentar é delegado de carreira) que prendeu duas pessoas suspeitas de fraudes na compra de uma fazenda no município de Bujaru, no nordeste paraense. Segundo as investigações à época, o terreno de 365 hectares teria sido adquirido de forma fraudulenta e comercializado sucessivas vezes. Entre as irregularidades estão falsificação de documento e associação criminosa. Um ano antes, Éder Mauro foi notícia nacionalmente por ter gasto R$ 102 mil de sua cota parlamentar com o aluguel de lanchas.

O baluarte da moralidade, imagem que o deputado federal Éder Mauro faz questão de ostentar, foi mais uma vez derrubada. Ter uma indicação sua, ainda por cima irmão, no centro de um escândalo, em que se investiga atos de corrupção, é algo muito grave. Quem tem teto de vidro não deveria se postar como “atirador de pedras”.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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