O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, como previsto, por mais um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, a taxa de juros básicos da economia. A taxa passou de 12,75% para 12,25% ao ano, em nova decisão unânime entre os membros do Comitê. Foi terceiro corte seguido de juros no mesmo ritmo de 50 pontos base.
A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv de analistas já aposta em uma redução dos juros para 11,75%.
Para o Copom, em se confirmando o cenário esperado, os membros, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.
“O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”
O Copom optou por manter o mesmo tom da mensagem sobre o cenário fiscal utilizado na última reunião. “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”.
Na avaliação da diretora do BC, o ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário exige atenção e cautela por parte de países emergentes”, diz o comunicado.
Sobre o cenário doméstico, a avaliação é que o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom. “A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação.”
O BC informou que as projeções de inflação em seu cenário de referência situam-se em 4,7% para 2023, 3,6% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,3% em 2023, 5,0% em 2024 e 3,6% em 2025.
O balanço de riscos continuou simétrico. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, foram citados a maior persistência das pressões inflacionárias globais a maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Já entre os riscos de baixa, foram ressaltados a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
Com informações de Infomoney (adaptado pelo Blog do Branco).
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