Bolsonaro x Lula. O embate final

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Faltando 30 dias para a eleição, caminhamos, portanto, para a reta final de mais uma campanha eleitoral, mais curta, o que vem exigindo mais trabalho dos candidatos e suas equipes. As pesquisas eleitorais apontam, até aqui, a liderança do ex-presidente Lula, do PT, que mantém, em média, uma distância de 12 pontos para o segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os levantamentos (IPEC, Datafolha e Quest) mostraram que os programas sociais, via aumento dos auxílios e outras medidas de transferência de renda às camadas menos abastadas, – onde o PT é mais forte – produziram pouco efeito na intenção de voto ao atual presidente. Bolsonaro avançou, porém muito abaixo do que os seus estrategistas esperavam. As pesquisas conseguiram identificar o crescimento das candidaturas de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), o que, indiretamente, é positivo ao presidente Bolsonaro, pois garante o segundo turno.

Sem crescer substancialmente nas pesquisas, a campanha de Bolsonaro irá focar os ataques ao ex-presidente Lula, para fazer crescer o seu índice de rejeição. O tema será corrupção, assunto muito delicado aos petistas. Todavia, o mesmo tema tornou-se nos últimos dias algo embaraçoso aos bolsonaristas, por conta da reportagem do UOL sobre à aquisição de imóveis por parte do clã Bolsonaro, em dinheiro vivo. Em valores corrigidos pela inflação, o montante equivale hoje a quase R$ 26 milhões. A Polícia Federal pediu à Justiça Federal para investigar compra de mansão por ex-mulher do presidente.

A questão é que Bolsonaro estagnou. Não consegue passar dos 32% a 35% nas pesquisas. Lula vem oscilando para baixo (dentro da margem de erro nas pesquisas), mas os votos perdidos do petista não estão indo para o candidato do PL, e sim para os outros candidatos. O que, como dito, força o segundo turno, porém sem chances de vitória do atual presidente.

7 de setembro

Ao que tudo indica, o feriado nacional da Independência do Brasil, no próximo dia sete, será a última cartada de Bolsonaro para tentar atrair mais votos. As pesquisas deixam claro que a sua margem de intenção de voto não se amplia, o que demonstra pode ter atingindo o seu teto. A grosso modo, isso se explica pelo alto índice de rejeição do presidente, que chega a ultrapassar 55% em alguns levantamentos.

Na citada data, Bolsonaro irá radicalizar? Manterá os ataques às instituições? Seus apoiadores irão às ruas defender um golpe de Estado? Ao que tudo indica, não. Pelo menos, não como no ano passado. O risco de ruptura institucional parece ter ficado mais distante, se arrefeceu. A Bolsonaro só resta vencer a eleição nas urnas, no voto. Faltando 29 dias para o pleito, se reeleger parece ter se tornado algo muito distante.

Imagem: reprodução Internet. 

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