Coalizão contra Helder

Os bastidores políticos no Pará andaram muito movimentados ao fim de 2021. Diversos encontros entre agentes políticos foram registrados sucessivamente. A oposição ao governador Helder Barbalho (MDB) sabe que só há uma forma de derrotá-lo: união de todos. Dessa forma, arestas do passado como, por exemplo, do senador Zequinha Marinho (PSC) e do ex-governador Simão Jatene (sem partido) – assunto já tratado inúmeras vezes no Blog do Branco – estão tentando serem deixadas de lado.

Além dos citados, há também outros atores relevantes como Everaldo Eguchi, delegado da Polícia Federal, que concorreu à Prefeitura de Belém, ficando em segundo lugar em 2020. Temos ainda o ex-vice-governador e atual presidente estadual do PSD, Helenilson Pontes, que rompeu recentemente com Helder.

Dentro do partido liderado por Pontes, há um grande desafeto dos Barbalho, que atende pelo nome de Eder Mauro, que já compôs a atual gestão estadual, quando indicou o filho para a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. O deputado federal tornou-se um dos críticos mais ferozes do atual mandatário estadual.

De partida, os cinco citados sabem que só a união entre eles poderá encerrar a estada de Helder no controle do Poder Executivo Estadual. O governador conta com a esmagadora maioria dos deputados estaduais, inclusive do PSDB. Informações de bastidores dão conta que mais ou menos 130 prefeituras das 141 apoiarão o atual mandatário estadual em sua reeleição. Portanto, a missão da oposição é muito difícil, mas se tratando de política, não é impossível.

Da mesma forma que esse grupo que está sendo formado pelos principais adversários políticos de Helder, seus integrantes precisam resolver internamente seus interesses políticos. Jatene, por exemplo, deixa claro que não tem interesse em concorrer ao Senado, pois quer o governo. Marinho já se coloca como adversário de Helder e com apoio (ainda não oficial) de Bolsonaro. O ex-governador irá ceder aos interesses de Zequinha? Lembrando que ambos protagonizaram em 2018 um dos importantes capítulos da política paraense, quando não divergiram politicamente, o que gerou ruptura e facilitou a vida do então ministro da Integração.

Como já dito em outro artigo, o principal objetivo da oposição é, primeiramente, evitar que Helder Barbalho se reeleja já em primeiro turno, o que é uma possibilidade real, tamanho é seu o favoritismo. Depois, quem sabe, a missão muito improvável: derrotá-lo no segundo turno, caso haja essa possibilidade.

A questão central é: a oposição tão difusa em seus interesses, com estratégias que não convergem em sua totalidade, conseguirá se unir, construir uma coalizão que possa aumentar as chances de interromper a estada de Helder Barbalho no comando do Executivo paraense? Penso que não. A ver.

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