Quando Lula (PT) derrotou Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, ele deixou claro que além de governar é preciso derrotar o Bolsonarismo. Em Belém, Edmilson Rodrigues (Psol) deveria ter feito o mesmo, mas seu governo pífio funciona como um acendedor, potencializando as chances da extrema-direita comandar a capital paraense, em 2025. Vale lembrar que o eleitor de Belém já flertou com o Delegado Éder Mauro (PL), terceiro colocado em 2016; e Delegado Eguchi (PL), derrotado em 2º turno pelo próprio Edmilson na eleição de 2020, com uma diferença de pouco mais de 30 mil votos.
Agora, ao que tudo indica, a Direita está criando um novo prefeitável na próxima disputa pelo Palácio Antônio Lemos. Trata-se do Deputado Estadual Rogério Barra (PL), filho do deputado federal Éder Mauro (PL). Surfando na onda bolsonarista, Barra foi o quinto mais votado para o parlamento estadual, obtendo 81.868 votos. Ao contrário do pai, Rogério segue uma linha mais moderada, uma “direita perfumada”, menos truculenta. Em busca de viabilidade eleitoral, o deputado bolsonarista, por exemplo, está propondo uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde de Belém, na ALEPA, por conta do caos que citado setor vive, com paralizações dos profissionais da área, falta de medicamentos, que desencadeia em um atendimento sofrível, bem diferente das peças publicitárias da gestão de Edmilson.
Sem anunciar qualquer adesão à sua proposição, o parlamentar segue enfatizando as problemáticas de Belém, por meio de postagens nas suas redes sociais. Além do pedido de abertura da CPI, Rogério também protocolou, ou pelo menos alardeou, que foi até ao Ministério Público pedir uma investigação criminal para que seja apurado o orçamento da Saúde de Belém, bem como a gestão de Edmilson Rodrigues junto à Secretaria Municipal de Saúde.
Sem hipocrisia de plantão, a Saúde de Belém passou por duas dois gestores (Duciomar Costa e Zenaldo Coutinho) que a sucatearam e a fizeram piorar muito. Todavia, após dois anos de gestão de Edmilson, em sua terceira passagem pelo Palácio Antônio Lemos, nada melhorou. Há apontamento para uma piora, do que, pasmem, já estava ruim.
Rogério Barra sabe que há um vácuo político aberto, com a saída de Eguchi do jogo. Cabe a ele centralizar essas demandas e insatisfações que crescem dia-a-dia, mostrando-se uma alternativa viável para mudar a realidade de Belém. Conteúdo não faltará ao mesmo para que nos próximos meses seja “carimbado” como o candidato bolsonarista na capital paraense. Barra é inteligente e, como dito antes, menos radical, o que poderá promover a sua imagem junto ao eleitorado de centro, avançando para além da bolha da extrema-direita. Seu mandato de deputado estadual poderá ajudar ainda mais nesse impulsionamento político.
Como se diz popularmente, Rogério Barra está com a “faca e o queijo nas mãos”.
Socorro de Helder
No início da noite de ontem, 22, o governador Helder Barbalho (MDB) anunciou em suas redes sociais que estava liberando em atendimento a um pedido do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, um socorro financeiro na ordem de R$ 30 milhões para a saúde pública da capital, que vem vivendo uma tragédia. Mais uma demonstração do caos que vive a gestão de Rodrigues.
Imagem: assessoria do deputado estadual Rogério Barra.