Em nosso dicionário, o termo ou a palavra “concepção” possui diversos sentidos. Como substantivo feminino, temos: ação ou efeito de gerar (ou ser gerado) um ser vivo, em consequência da fusão do espermatozoide com o óvulo; fecundação, geração. Quando se coloca o termo em questão em sentido figurado, passa a ser enquadrado como: obra da inteligência; produção, criação, teoria.
De todo modo, concepção torna-se volátil, a depender de cada pessoa. Essa é a questão. Do ponto de vista gerencial, a concepção do que podemos chamar de “bom” governo também é variável, perpassa, indiscutivelmente, por questões ideológicas. Qual, por exemplo, é o papel do Estado? de um governo? O “bom” governo é o que investe mais no social ou em obras? Intervém mais ou menos na economia?
De forma geral, a concepção de bom governo – independente de lado ou posicionamento ideológico – é aquele que entrega aquilo que se propõe, por exemplo, cumpre grande parte o seu plano de governo, que cada vez mais se tornou uma obra de ficção no Brasil.
Em Parauapebas, por exemplo, esse debate ocorre por uma condição de perfil de gestão. Durante quatro anos, ou seja, um mandato, o empresário Valmir Mariano, dono da empresa Integral, ficou conhecido como um prefeito que focou em obras estruturantes, mas que não “gostava de pessoas”. Seu perfil de atuação na iniciativa privada entrou em choque com o forma de funcionamento da máquina pública. Sem entrar muito no mérito de sua gestão (fato exaustivamente tratado neste veículo, que inclui os 12 pontos que levaram à derrocada), sua passagem pelo Palácio do Morro dos Ventos foi breve.
Em outra vertente de atuação, se posiciona o atual prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, do MDB, que está em seu quarto mandato à frente do terceiro maior orçamento público municipal do Norte do Brasil. O prefeito conhecido por “cuida das pessoas”, de ser agente público com um “coração enorme”, que coloca as pessoas em primeiro lugar. Em um município rico, porém com 40% das pessoas economicamente ativas ganhando até um salário mínimo, isso em uma municipalidade conhecida por ter um alto custo de vida, um governo voltado mais para o social, tende a ter boa aceitação. Não, por acaso, Darci Lermen obteve nas urnas quatro vitórias ao Executivo parauapebense.
Por outro lado, pesa contra o citado, criticas em relação à infraestrutura básica, como saneamento e asfalto. Quem pensa que a gestão atual de Darci Lermen não tem obras estruturantes, fecha os olhos para o Prosap (Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas), uma revolução estruturante na capital do minério, mas que é mostrada de forma errônea, o que não permite à população ter o devido reconhecimento de sua importância.
Portanto, a concepção de bom governo é algo muito volátil dentro do campo analítico, porém, há um ponto de convergência: ele precisa atender ao que se propõe e atender às demandas com o mínimo de qualidade. De resto, é “oba-oba” para a torcida.
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