Ontem, 03, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou uma alta de 0,5 ponto percentual na Selic. Com isso, a taxa básica de juros da economia foi de 13,25% para 13,75% ao ano, mesmo patamar de dezembro de 2016. A decisão foi unânime e veio em linha com a expectativa geral do mercado. Em comunicado, o comitê deixa a porta aberta para mais uma alta, de menor magnitude, em setembro.
Enquanto alguns analistas acreditam que a autoridade monetária deixou em aberto a possibilidade de uma nova alta na Selic na próxima reunião, em setembro, outros dão o ajuste como certo e até revisam suas projeções para a taxa ao final do ano. O que se espera é que no próximo mês, a subida deverá ser metade da atual, indicando o fim desse ciclo de subida da taxa básica. Já outros analistas do mercado financeiro, afirmaram que ainda há espaço para duas subidas, o que poderá fazer a Selic bater 14,25%.
A questão é que a inflação continua elevada. Por outro lado, as atividades econômicas sem expandiram no decorrer do segundo trimestre, com uma clara recuperação do mercado de trabalho. Vale ressaltar que as projeções de inflação do Copom ficaram em 6,8% para 2022; 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024.
Por que aumentar a taxa básica de juros?
A Selic é uma taxa básica que determina o nível de juro cobrado no país. É o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Na prática, subir a Selic é desestimular o consumo, pois tudo fica mais caro. Dessa forma, em tese, com menos pessoas comprando, o preço dos produtos tende a cair, o que faz a inflação, sobretudo, a de demanda (o que estamos vivendo por conta da retomada do consumo sem o crescimento na mesma proporção da produção). É um remédio amargo, mas necessário.
Imagem: Agência Brasil – EBC.