Cúpula sem prestígio

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A Cúpula das Américas é uma reunião entre os chefes de Estado do continente americano criada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) com o objetivo de alcançar um nível maior de cooperação entre os países da zona econômica americana. Sua primeira edição ocorreu em 1994. Nesta ocasião os Estados Unidos apresentaram formalmente a proposta de uma Área de Livre Comércio (ALCA) entre todos os países americanos, com exceção de Cuba.

Nos próximos dias, ocorrerá a nona edição do encontro, em Los Angeles. A diferença entre a edição deste ano e as anteriores é justamente o papel dos norte-americanos no cenário continental. Com exceção da primeira, realizada em 1994, só a atual voltou a ser realizada nos Estados Unidos, e a escolha não é por acaso. Há, diferente de outras edições, um esvaziamento da presença de outros países. Às vésperas do evento começar, ainda não se tem a confirmação da presença de alguns países que foram convidados. Outros nem foram, como é o caso de Cuba, Nicarágua e Venezuela.

O encontro poderá ser a oportunidade de aproximação entre os governos norte-americano e brasileiro, distantes desde a última eleição presidencial naquele país, em que Joe Biden venceu Donald Trump, que tinha apoio declarado de Jair Bolsonaro. Até o momento, o Palácio do Planalto ainda não confirmou a data do encontro fechado entre Bolsonaro e Biden. Em nota, governo se limitou a informar que a “agenda será divulgada em momento oportuno”. Espera-se, contudo, que o encontro ocorra entre quarta (8) e sexta-feira (10), quando o presidente brasileiro comparecerá ao evento acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

Segundo matéria do Gazeta do Povo, a reunião entre Bolsonaro e Biden, há a expectativa de que os presidentes conversem sobre os temas tratados no âmbito da Cúpula. Entre estes, estão a preparação para enfrentar pandemias, a recuperação econômica pós-coronavírus, o fortalecimento da democracia na América Latina, bem como o desenvolvimento sustentável e as energias limpas. Para além desses assuntos, também está previsto para ser abordado na esfera bilateral o impacto do conflito na Ucrânia no suprimento de fertilizantes, assim como seu efeito sobre a segurança alimentar global. O Brasil está empenhado em cumprir o pedido da Organização Mundial do Comércio (OMC) em ampliar a produção de alimentos.

O que se diz, porém, é que Biden irá cobrar de Bolsonaro uma postura de respeito ao processo democrático, por exemplo, respeite o resultado das eleições, caso perca. Sobre o assunto, o presidente norte-americano poderá ter até a assinatura de um documento para que seja formalizado por parte do atual mandatário brasileiro, o cumprimento do acordado.

Sob o ponto de vista norte-americano, a Cúpula das Américas poderá ser a oportunidade que o governo Biden terá de se aproximar de outras nações, reafirmar, por exemplo, a liderança a sua liderança continental. Se antes os países americanos faziam filas pedindo para participar de um encontro dessa importância, hoje são os norte-americanos que imploram para que outras nações do continente participem. O tabuleiro geopolítico regional está mudado.

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