ELEIÇÕES 2018 – Análise sobre a pesquisa do Instituto Acertar para o governo do Pará

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O Instituto Acertar divulgou pesquisa realizada para o governo do Estado do Pará, consulta em formato estimulado, ou seja, aquele em que é apresentada uma lista com nomes que poderão concorrer na referida disputa eleitoral. Quatro cenários foram montados pelo instituto. Em todas elas o nome do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (PMDB) é testado, mantendo a liderança em todas as consultas, com baixa variação de intenção de votos no comparativo.

Conforme dados divulgados pelo Acertar, no primeiro cenário onde foram testados sete nomes, Helder Barbalho, aparece em primeiro lugar com 22,6%, seguido por Úrsula Vidal, citada por 16,0% dos entrevistados. O Deputado Federal, Arnaldo Jordy, está em terceiro lugar com 9,3%, seguido por Marinor Brito (6,2%). O petista Paulo Rocha apareceu com 2,9%, Márcio Miranda ostenta 1,9% e o senador Flexa Ribeiro em último com 1,4%. O que chamou a atenção foi a porcentagem dos entrevistados que afirmaram que anulariam o voto se esses fossem as opções na urna: 33,8%.  

A composição do segundo cenário ficou da seguinte forma com cinco nomes testados: Helder Barbalho (24,8%); Úrsula Vidal (21,4%); Zenaldo Coutinho (5,2%); Paulo Rocha (3,3%) e Zequinha Marinho (2,9%). Neste cenário o índice de votos anulados saltou para 35,0%.

No terceiro cenário com cinco nomes testados: Helder Barbalho (25,7%); Úrsula Vidal (22,4%); Mário Couto (4,5%); Márcio Miranda (3,3%) e o deputado federal pelo PT, Zé Geraldo em último com (0,5%). Neste cenário, 36,4% do eleitorado votariam em branco ou anulariam o voto.

No quarto cenário agora com quatro nomes testados: Helder Barbalho (26,7%); Úrsula Vidal (22,9%); Paulo Rocha (3,8%) e Adnan Demachki (1,2%) das citações. Entrevistados que afirmaram que anulariam ou votariam em branco atingiu 38,0%.

A pesquisa do Instituto Acertar ainda (pelo período temporal até o início do processo eleitoral) deixa alguns pontos ainda incertos e outros consolidados. Se nada sair do planejado ou o processo se mantiver em “condições normais”, Helder Barbalho já está no segundo turno da eleição para o governo, em 2018. Os números da pesquisa apontam claramente a consolidação da liderança de Helder Barbalho, mas com a margem de crescimento no limite, ou seja, o ministro de Temer atingiu o “teto”. No caso da pesquisa, serve de consolo aos pemedebistas que o herdeiro político de Jader, lidera em um reduto hostil eleitoralmente aos Barbalho: Belém e sua Região Metropolitana.

O referido espaço geográfico foi decisivo para a virada tucana em 2014. Helder apresenta maior musculatura eleitoral nos interiores paraenses, é justamente nessas regiões que o pemedebista lidera com folga. Atualmente, a Região Metropolitana de Belém é composta por 1.470.617 eleitores, o que corresponde a 26,7% do total de 5.506.454 eleitores do Estado do Pará. Portanto, Helder precisa buscar votos na RMB, diminuindo a sua alta rejeição, se quiser realizar o sonho de seu pai de ser governador do Pará.

A pesquisa consolida outro cenário na RMB: Úrsula Vidal como uma liderança nova e com grande potencial eleitoral. A jornalista aparece bem avaliada, com baixo índice de rejeição. Vidal ficou em quarto lugar na eleição para a Prefeitura de Belém, em 2016, com 79.968 votos (10,29%), com pouca estrutura de campanha. Tem visão moderna, não se enquadra no formato de político tradicional e grande aceitação entre as camadas mais intelectualizadas. O problema é previsível: quando pesquisas forem realizadas fora do reduto belenense e redondezas, Úrsula deverá cair drasticamente nas intenções de votos.

Outro cenário consolidado é a imprevisibilidade no ninho tucano, ou a indicação de Simão Jatene para a sua sucessão. A pesquisa apresentou em seus quatro cenários cinco nomes que estão sendo cotados para substituir Jatene: Márcio Miranda, Flexa Ribeiro, Adnan Demachki, Zequinha Marinho e Zenaldo Coutinho. Todos os nomes são estão bem colocados e tem baixa aceitação. Nem a pesquisa feita na capital, administrada por Coutinho lhe impulsionou. Pelo contrário, em Belém, o prefeito tem alta rejeição, sustentada pela péssima avaliação de sua gestão. Entre os nomes citados, Miranda, presidente da Alepa, é o que apresenta maior potencial de crescimento e que mantém intensa agenda para o Pará. Ele ainda é cotado a uma vaga ao Senado.

A esquerda, representada pelo PT e Psol na pesquisa, configuram-se como mero coadjuvantes. Em 2010 afirmei que depois da experiência vivida pelo governo Ana Júlia, a esquerda ou o PT ficaria longe do Palácio dos Despachos pelo próximos 20 anos, no mínimo. A disputa começa a ter contornos mais próximos da realidade e tornando-se mais real e menos virtual. Aguardem novas análises.

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