Eleições 2022: a disputa federal mais acirrada da história do Pará

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Indiscutivelmente, as pesquisas da Doxa em relação aos parlamentos federal e estadual na eleição no Pará, vem pautando o debate político. No caso da disputa pela Câmara Federal, não é surpresa que o MDB aumentará o seu atual quantitativo de cadeiras, que hoje conta com três parlamentares. Minimamente, a citada legenda fará cinco eleitos e um sexto na “sobra”. Já outros analistas apontam que o partido fará seis deputados eleitos e o sétimo nessa “sobra”. De todo modo, com seis ou até sete parlamentares em sua bancada, o MDB terá conseguido um recorde impressionante na composição dos representantes que o Pará tem direito em Brasília, que soma 17.

Tudo gira em torno das mudanças eleitorais ocorridas e que passaram a valer a partir das eleições municipais de 2020. Desde o referido processo eleitoral, as coligações deixaram de existir para cargos proporcionais, que, internamente, nos partidos, se criou maior disputa. Na prática, é como se cada partido tivesse uma eleição interna. Alguns entrarão de forma direta, outros após uma nova recontagem.

Isso já se viu, por exemplo, nas eleições municipais de 2020, em Parauapebas, tendo como exemplo maior, o Pros, que elegeu quatro vereadores, com um na sobra. De forma simples, feito os cálculos eleitorais de quocientes eleitoral e partidário, a legenda comandada pelo empresário João Vicente, o “Branco da White”, responsável por uma elogiável engenharia político-eleitoral, que permitiu obter pouco mais de 21 mil votos, sendo a legenda mais votada, em Parauapebas. O que permitiu, por exemplo, ter quatro cadeiras na Câmara de Vereadores. Na prática, ele como presidente do partido, soube escolher candidatos não se elegeriam, mas que foram somando cada um um quantitativo que variava na média de 300 a 800 votos, para elevar o quociente partidário, que ao ser cruzado com o eleitoral, permitiu ganhar uma vaga nesta sobra.

O MDB paraense segue a mesma lógica, tanto na disputa estadual, quanto na federal. Em ambos os casos, o partido trabalha com a expansão das “sobras”, por isso, tende a fazer muitos eleitos. A Doxa, por exemplo, em seus estudos aponta que, no caso da disputa federal, que somam 17 vagas, 11 delas seriam preenchidas de forma direta pelos partidos, sendo que só o MDB poderá ter de cinco a seis eleitos, portanto, a metade. Nessa conta, sobrariam seis vagas que seriam distribuídas nas sobras, ou seja, aos partidos que não atingirem o quociente eleitoral. Todavia, na regra anterior, caso não fosse atingido o partido estaria fora do rateio das vagas sobrantes. Agora só precisa atingir 80%.

MDB: outra eleição

Conforme o processo explicado até aqui, a disputa eleitoral dentro do MDB será extremamente acirrada, tanto à Câmara, quanto à Alepa. Há dentro do partido nomes eleitoralmente fortes, o que fará a legenda ser, de longe, a mais votada, em nível, sem dúvida, recorde. Todavia, internamente, isso cria um nível de rivalidade extremamente elevado. Na prática, alguns nomes aparecem como eleitos nas pesquisas; outros estão na briga. No caso para a disputa federal, segundo a Doxa, dez nomes são considerados fortes e que disputam seis vagas, quem sabe uma sétima. Eleitos, segundo o levantamento, seriam: Alessandra Haber, Elcione Barbalho, Priante, Keniston Braga, Olival Marques e Renilce Nicodemos. Por outro, é tênue a linha que separa esses candidatos de Andréia Siqueira, Antônio Doido, Ursula Vidal e Henderson Pinto.

Keniston eleito

Nos levantamentos divulgados pela Doxa, o ex-secretário de Governo de Parauapebas, aparece eleito. Na última é o quarto mais votado do MDB, o que não deixa de ser algo muito comemorado, tendo como base os seus concorrentes de partido. Na comparação com outra pesquisa da Doxa, o ex-gestor parauapebense, aparecia em sexto. Portanto, sua campanha vem crescendo.

As sobras

Na conta feita anteriormente, em que 11 vagas das 17 seriam ocupadas diretamente, sobrando, portanto, seis, a Doxa apresenta a composição partidária desta “xepa” eleitoral: PDT, PSDB/CIDADANIA, Republicanos, PT/PCDOB/PV, PSB, MDB (7ª vaga), PP e PSD. No PDT o candidato que disputa uma das vagas é Miro Sanova; já na Federação PSDB/CIDADANIA a disputa interna está entre Arnaldo Jordy e Lena Pinto. No PSD a disputa se dá entre Júnior Ferrari, Eduardo Costa e Raimundo Santos. O PT/PCDOB/PV que faz um direto e podendo fazer um na sobra, a disputa é entre Airton Faleiro, Ana Júlia e Dilvanda Faro. O UNIÃO que, segundo a Doxa, tende a fazer 1 cadeira, a briga para ocupar essa vaga é entre Celso Sabino e Hélio Leite. Já no PTB que faz um candidato direto, podendo fazer outro na sobra, a disputa fica por conta de Márcio Miranda e Paulo Bengston. O PSB tende a não ter disputa interna, pois o processo eleitoral do partido foi feito para reeleger exclusivamente Cássio Andrade, que trabalha para que a legenda que controla tenha uma boa votação, e, na sobra, quem sabe – que acho muito difícil – ficar com uma cadeira. Assim como o PP e Republicanos que tem, ambos, apenas 1 candidato expoente.

*Vale lembrar que, segundo pesquisas, 40% do eleitorado ainda não decidiu em quem votar para deputado federal. Portanto, ainda há muitos votos em jogo. 

Imagem: TSE. 

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