A nova pesquisa da Destak sobre a disputa para o governo do Pará em 2026, realizada entre os dias 7 e 9 de outubro, mostra um cenário político que promete uma guerra pelos votos da direita paraense. A pesquisa de intenção de votos mostra Hana Ghassan (MDB), atual vice-governadora, na frente de todos os candidatos com 31%, consolidada na liderança, enquanto Éder Mauro (PL) vem com 14% e Dr. Daniel (PSB) está atrás com 11%.
A pesquisa ouviu 1.020 eleitores na zona urbana e rural de Santarém. A margem de erro é de 4,4 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. A pesquisa da Destak levantou uma migração do eleitorado conservador de Dr. Daniel para Éder Mauro. O deputado federal tem se consolidado como o principal nome da direita no Estado, enquanto o prefeito de Ananindeua ainda não define de que lado pretende estar na corrida de 2026.
Escândalos afastam eleitor de Daniel
O fato do nome de Dr. Daniel aparecer mais nas manchetes com escândalos e denúncias de corrupção que qualquer outra coisa afetou sua imagem para muito além das fronteiras de Ananindeua. Principalmente as questões levantadas pelas investigações do Ministério Público do Pará, através da Operação Hades I e II.
Os relógios de luxo encontrados em Fortaleza, num apartamento alugado pelo prefeito, e avaliados em aproximadamente R$ 4 milhões, mostraram ao eleitor uma nova faceta de Dr. Daniel: a sua riqueza sem comprovação, já que nas eleições anteriores ele declarou ter “apenas” R$ 4,8 milhões em bens.
A justiça bloqueou R$131 milhões em bens do prefeito ainda em agosto demonstrando o quanto ele enriqueceu em poucos anos. Ao mesmo tempo, a operação descobriu indícios de fraudes de mais de R$100 milhões na prefeitura de Ananindeua. Fora os casos já noticiados em licitações com empresas de coleta de lixo, suspensão de serviços de hemodiálise pelo SUS e outras questões.
Em eventos públicos, o prefeito de Ananindeua tenta se aliar com figuras de direita paraense e grupos evangélicos, ao mesmo tempo que posa com lideranças ligadas ao governo federal como Geraldo Alckmin, vice de Lula.
Analistas avaliam que esse movimento de indefinição ideológica, somado aos escândalos relacionados ao nome do prefeito, favorecem Éder Mauro, que aparece como o candidato mais identificado com o discurso conservador e defensor do Bolsonarismo.
“O eleitor de direita quer convicção, e não hesitação. Quando o candidato não deixa claro de que lado está, acaba perdendo espaço”, avalia um cientista político ouvido pela Destak.
No fim, a dificuldade de definir o perfil político de Santos junto com os escândalos de corrupção que surgem regularmente são os maiores obstáculos para sua projeção estadual, além das fronteiras de Ananindeua. Sem um discurso consistente e com alianças políticas indefinidas, o prefeito de Ananindeua corre o risco de ficar isolado entre dois polos cada vez mais consolidados: o da vice-governadora Hana Ghassan, fortalecida pelo desempenho e aprovação do governo Helder Barbalho, e o da direita liderada por Éder Mauro, herdeiro do Bolsonarismo no Pará.
Fontes ligadas ao prefeito de Ananindeua e seus aliados afirmam que o mesmo está avaliando qual estratégia vai adotar em 2026. Enquanto isso, sua posição nas pesquisas permanece estagnada, com uma queda entre o eleitorado mais conservador.
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