Em meio aos sucessivos recuos e falta de planejamento; o álibi da flexibilização da posse de arma

O governo do presidente Jair Bolsonaro chega ao fim de sua primeira quinzena. O que se viu até aqui é uma gestão sem sentido, sem projeto e com a contínua retórica de palanque. A todo momento promovendo “cortinas de fumaça” para mudar o foco da opinião pública e escamotear a falta de rumo.

Pois bem, cumprindo uma promessa de campanha, hoje, Jair Bolsonaro assinou – via decreto – a flexibilização da posse de arma, ou seja, o cidadão que atenda a alguns pré-requisitos determinados, poderá ter de forma menos burocrática uma arma em casa. Portanto, para que fique claro, a posse permite que se tenha um armamento em casa ou em estabelecimento comercial, e só. Não pode haver transporte (se ocorrer deverá atender a outros requisitos específicos). Mas, na prática quem garante que essa arma ficará só nesses locais permitidos, sem que haja o seu manuseio em outros locais?

O Brasil está caminhando no sentido contrário do mundo, haja vista, que atualmente há amplo debate e planos de ação – a nível global – de redução de armas, ou o aumento da dificuldade ao acesso. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo com base em dados do Ministério da Saúde mostra que, nesse caso, o decreto atingiria 3.485 das 5.570 cidades, ou 62% dos municípios do País, onde vivem 159,8 milhões de pessoas (76% da população brasileira). Três em cada quatro brasileiros poderão ser incluídos no decreto.

Tal medida não tem a sua eficácia comprovada, ou seja, estudos não atestaram que realmente, na prática, quem tem uma arma em casa estará mais seguro. No plano político, o decreto servirá mais como um álibi ao governo, mais uma “cortina de fumaça” que preencherá as pautas da grande imprensa, deixando a falta de projetos ou ações concretas em segundo plano. E assim caminha o governo dos recuos e polêmicas.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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