ENTREVISTA: Yasmin Salmen

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1) Saudações, Yasmin. Primeiramente, gostaria de agradecê-la pela oportunidade desta entrevista que julgo ser uma das mais importantes já feitas por este veículo, justamente por sua relevância histórica ao município. Como de praxe, se apresente ao leitor do Blog do Branco.

R: Saudações Branco. Eu gostaria, primeiramente, de agradecer pela oportunidade desta entrevista. Bem, eu sou uma orgulhosa e abençoada filha de pais incríveis. Eu sou muito grata a Deus pelo pai que tive e mãe que tenho. Meu pai Faisal Salmen e minha mãe Maria do Socorro Plácido, que foram os meus guias e moldaram a mulher que eu sou hoje. Muitos projetos e sonhos que eu quero realizar e todos eles levam a uma marca, uma assinatura dos meus pais neles, porque eu creio que essa é uma maneira de honrá-los, e o que eles me ensinaram na vida. Eu levo os meus gostos, meus planos. Hoje trabalho com agropecuária, com viés para o desenvolvimento sustentável. E, agora, a gente está começando um projeto com a agrofloresta, que eu espero que no futuro possa ser expandido para nossa comunidade ao redor, porque agrofloresta é uma maneira de propiciar independência para as pessoas. Você tem a alimentação saudável; independência financeira, e aprende também uma interação respeitosa com a natureza, com o meio ao seu redor. E, como eu expliquei, os meus pais foram os meus guias, e o meu pai era um amante da natureza, tanto que tem os ipês que ele ajudou a plantar, inclusive, ele gostava de falar que ajudou a plantar com as mãos também. Foi ensinado a mim e a minha família. E eu carrego isso comigo. Tipo, eu tenho tenho memórias desde que eu me entendo por gente, eu tenho essa memória assim com a terra, com a fazenda, desde pequenininha andando a cavalo. É muito interessante ver o quanto Parauapebas se desenvolveu daquela época pra cá e eu sou muito muito orgulhosa de saber que o meu pai também é responsável por parte desse desenvolvimento. Nos últimos anos, meu pai estava estudando agrofloresta e eu acho que começar esse trabalho é uma forma de honrar os planos que ele estava fazendo para o futuro com a minha mãe.

2) Seu pai, Dr. Faisal Salmen, foi uma pessoa que, como escrevi, “fez um traço”, começou o risco das linhas que iriam contornar essa região próspera. Conte aos leitores do Blog o início da trajetória de seu pai, um paulista na região de Carajás…

R: Eu achei muito interessante, muito bacana a forma como você resumiu. E é isso mesmo. Ele fez esse traço. Esse risco que contornaria a nossa região. E é uma história muito marcante, muito inspiradora. Meu pai começa a vida política já na faculdade de medicina. Quando ele foi presidente do diretório acadêmico do curso, ele cobrava mais bolsas para os estudantes. Ele veio para Parauapebas, se formou em São José do Rio Preto, como médico pediatra, fez intercâmbio no México, pois ele havia ganhado uma bolsa de estudos no México, já tinha um currículo muito bom, invejável, e podia trabalhar em qualquer região do país. Ele escolheu a nossa região após ser chamado pelo amigo dele, o Emerson, que contou sobre a região, e ele se interessou e veio pra cá, para a Vila de Marabá, que ainda não era Parauapebas, ainda não era emancipado, e começou a exercer aqui a medicina. E aqui ele começou a trabalhar. Atendia a comunidade, eu acho que era no CEDEREI e no CEDERE II. O meu pai sempre teve isso: promover uma medicina muito humana, se importar com o paciente, cuidar, dar atenção. Então, muitas consultas quando ele percebia que a pessoa não tinha condição de pagar, ele fazia de graça. Quando a pessoa não tinha condição de comprar remédio, ele ia lá, comprava o remédio com o dinheiro dele e dava para a pessoa.

Ele era humano, se preocupava com as pessoas. Amava o próximo. Isso foi gerando admiração na população. E ele sempre teve essa parte política desde a época faculdade, esse lado muito humano. Ele juntou isso na na vida política porque estava vendo as injustiças que estava acontecendo na vila, e ele se juntou a essa luta pela emancipação de Parauapebas.

Nos depoimentos do meu pai quando contava a história das outras pessoas, dos outros pioneiros que participaram com ele também dessa luta. É muito marcante a coragem e a determinação que o meu pai tinha para lutar contra injustiças sociais. Não importava se era contra uma empresa grande, bilionária como a Vale, ou com Marabá pela emancipação, na vida política dele, sempre teve muita muita coragem. Se via uma pessoa precisando, ele ia atrás, lutava para resolver aquela questão, aquela injustiça, mesmo que tivesse lidar com a gente muito mais poderosa do que ele.

Então, com a luta eles conquistaram a emancipação da cidade, e em 1988 tiveram as primeiras eleições, e o meu pai foi eleito o primeiro prefeito de Parauapebas. Nesse momento, começavam as construções de obras e feitos que começaram a pavimentar o futuro da cidade. Até hoje têm inúmeras conquistas que ele fez como prefeito, deputado  e vereador, que ainda marcam e estão na cidade. Vou citar aqui os royalties e a conquista do ICMS. Os royalties era uma obsessão… Ele amava tanto Parauapebas que buscou ajuda na emancipação e criação da cidade, assim como ele se preocupava com o futuro, com a manutenção. Ele não ele sabia que o minério era tinha um tempo de vida e que a cidade ficaria sem essa renda, então lutou por alguma compensação para que os parauapebenses tivessem um rendimento para começar a galgar um futuro independente do minério. E isso trouxe para Parauapebas um dos maiores arrecadações do país.

Falando um pouquinho aqui das obras como prefeito… Ele investiu muito no saneamento básico, postos de saúde, escolas, levou energia para várias localidades. Em Canaã dos Carajás (à época, Cedere II), a energia quem levou foi meu pai como prefeito, inclusive, para a região toda, pois Canaã dos Carajás e Água Azul eram pertencentes a Parauapebas. Só que ficava muito ruim a administração porque era muito longe. Então meu pai também apoiou e ajudou no movimento de emancipação dessas cidades para que pudessem ter uma administração própria para que ficasse mais fácil e mais bem cuidada. Então ele está marcado tanto na história de Parauapebas como na história da região. Como deputado estadual lutava muito pela compensação mineral… Cobrava a justa tributação pela exploração na região.

Sobre o ICMS, ele lutou pela mudança da distribuição do imposto, fazendo com que Parauapebas passasse a ser o maior arrecadador no estado, ultrapassando Belém na época. Como vereador também, ele continuava com essa preocupação em relação ao futuro de Parauapebas, em especial na educação, visando um município universitário. Ele sempre me falava quando criança assim que uma coisa que ninguém pode tirar de você é o seu conhecimento. E isso é o que vai te dar independência. E acho que era isso que ele queria para população, que a população tivesse independência, pudesse buscar o seu futuro através da educação.

3) Você está à frente de um importante projeto que visa resgatar e manter viva a memória de seu pai, chamado de “Faisal Sempre”. Conte como começou esse processo e quais as conquistas já conquistadas.

R: Então a campanha “Faisal Sempre” surgiu, inicialmente, de um desejo do meu coração… Vou ter que voltar um pouquinho no tempo para explicar… Logo após o final de 2019, quando meu pai saiu do hospital no tratamento de um câncer que foi bem sofrido, foi bem difícil, a gente achou que não teria a oportunidade de estar com ele de novo… E aí ele saiu do hospital, veio a pandemia. A gente ficou isolado, e eu acho que ele estava buscando uma maneira de guardar as suas memórias. Então ele começou a iniciar uma vontade de contar as suas memórias. Ele queria escrever um livro, depois a gente pensou em fazer um filme. E aí estávamos conversando com ele para começar a gravar coisas que ele lembrava. E ele falava assim: “nossa filha, eu tenho muita dificuldade de lembrar as coisas como elas estavam como elas aconteceram”… Ele estava tendo essa dificuldade de gravar os vídeos para começar a recordar para gente ter material para fazer um filme que ele estava querendo ou um livro. Então eu vi a importância de contar a história dele, deixar a história dele para as futuras gerações. Então, infelizmente,  o meu pai faleceu e eu lembrei desse desejo dele, além disso, tinha comigo uma maneira de enfrentamento do luto. Porque era o modo dele continuar ali presente no meu dia a dia, porque eu estava fazendo a campanha, eu estava falando dele, todo mundo estava falando dele, relembrando, contando histórias, então ele continuava presente e ajudava a não não sentir tanto aquela falta e a ausência que ele estava fazendo. Penso ser muito importante que a população e as futuras gerações conheçam a história de onde surgiu para que você veja o seu passado e com ele você faça o seu futuro.

É importante fazer uma pequena correção… Eu contei essa história numa outra entrevista que eu dei, e eu creio que eu me comuniquei de forma errada, e que foi entendido de forma errada porque foi dito que meu pai havia pedido essas homenagens póstumas… Na entrevista que publicaram e eu nunca falei isso porque o meu pai não pediu homenagem póstumas, mas ele tinha um desejo no coração de contar a história de Parauapebas, e o que ele viveu da visão dele para as futuras gerações, e com isso comecei a iniciar esse projeto de homenagem póstumas, mas para continuar um desejo dele que ele não pôde realizar, porque a história do meu pai é muito bonita, é muito inspiradora, porque foi uma pessoa que teve muito amor ao próximo. Então, penso que é importante que conheçam essa história. Eu lembro que a gente estava no Aeroporto de Carajás e eu vi um livro que estavam lançando sobre a história de Parauapebas, que se eu não estou enganada, a prefeitura tinha lançado à época. Eu o comprei, eu tenho esse livro até hoje. Eu comprei para mostrar para o meu pai, imaginando que ele fosse ficar muito feliz, porque estavam contando a história, iam contar a participação dele. Quando a gente abriu o livro, a história dele se resumiu a uma linha. Foi o primeiro prefeito de Parauapebas… Não falava toda a participação real que ele teve nessa história. E eu vi que aquilo foi impactante para o meu pai, lê que estavam tentando apagar o nome dele da história, que ficou realmente triste, e eu não queria que isso acontecesse, que apagassem o nome dele por divergências políticas. Então, nós começamos a campanha e aí vieram vários pedidos das pessoas, que cobravam e pediam homenagens a ele. E aí a gente foi lutando, indo atrás. Tentamos aqui a nível municipal, fomos atrás das autoridades levamos os pedidos.

Amar alguém profundamente te dá coragem, e nessa campanha eu tive muita coragem e a determinação que o meu pai tinha de continuar lutando, apesar de todas as dificuldades e todos os “nãos” que a gente recebeu mesmo com a população pedindo, mesmo com as pessoas indo atrás e falando: “nossa, você ainda não conseguiu? Nossa, como que não está acontecendo?…  E aí a gente continuou… As pessoas não podem negar esse apoio popular que a população está querendo. Então nós começamos a fazer a campanha para mostrar que tinha o apoio da população para que essa homenagem se realizasse e aí o pedido das pessoas foi escutado, nós conseguimos chegar até a votação da modificação do nome da PA-275 para “Rodovia Dr. Faisal Salmen”.

Quero aproveitar a oportunidade para a agradecer ao deputado estadual Martinho Carmona (MDB), que aceitou e encabeçou esse projeto lá na Assembleia Legislativa (Alepa). Ele (Carmona) foi colega do meu pai quando ele foi deputado estadual. E é muito marcante como as coisas foram se encaixando, porque quando tem Deus guiando, direcionando, acontecem da melhor maneira possível. A PA-275 é a espinha dorsal da cidade, ali começou a surgir tudo, então tem tudo a ver com a história dele.

É muito interessante porque essa campanha foi muito marcante para mim porque eu ouvi muitas histórias bonitas, muitas histórias que me fizeram conhecer ainda mais as coisas sobre o meu pai, de histórias que eu não conhecia. Então, para mim, foi enchendo o meu coração. A Rodovia Faruk Salmen, por exemplo, foi uma maneira que o meu pai encontrou de homenagear o meu tio. Então tudo foi muito bem encaixado e eu espero que quando as pessoas passem ali (Rodovia Faisal Salmen), foi o projeto inicial que elas conheçam mais quem foi meu pai e todo o sonho e projeto de futuro que ele tinha para essa cidade, todo o amor que ele tinha pelas pessoas. E é legal também que foram surgindo outras conquistas após essa. Agora, a gente teve, depois que saiu a homenagem da rodovia, foram surgindo outras homenagens seguidas. Agora teve o Museu Legislativo Faisal Salmen, que acho que vai ser importante para mostrar essa parte histórica toda, porque os símbolos da identidade, o nome Parauapebas, o hino, a bandeira, toda essa coisa que mostra a identidade do lugar, ele estava nessa participação.

4) Por não saber a sua idade, lhe faço essa colocação: como foi a sua relação com o seu pai, como era o Dr. Faisal fora da figura do homem público?

R: Eu tive a bênção de poder viver 29 anos com meu pai. Assim, 29 anos de intenso amor. Minha relação com meu pai sempre teve muito amor. Apesar de algumas coisas que passamos, não foram sempre de momentos perfeitos. E o meu pai era um pai muito presente, um pai exemplar, um pai amoroso, um pai cuidadoso. Sempre preocupado com o nosso futuro. Eu creio que nisso ele não divergia muito da vida pública, porque ele também era preocupado com o futuro da cidade. Acho que era uma coisa muito dele, assim, de quando ele amava alguém ou algo, ele se preocupava com a manutenção. Então, meu pai sempre estava ali cuidando, se preocupando se eu estudei, como que eu ia fazer, como que ia ser quando ele não estivesse mais aqui. Isso é uma coisa que me marca muito.

Essas são memórias e vivências que estão marcadas na minha alma, no meu coração, e que eu vou carregar para o resto da minha vida. Uma maneira de você honrar os seus pais e de honrar o meu pai, é tendo uma vida digna, uma vida honrada, como ele me ensinou, seguindo os princípios que ele me ensinou, e é isso que eu vou fazer. Honrar o nome dele, e carregar todos os ensinamentos dele para me direcionar nessa vida futura, sem a presença física dele, mas com todo o conhecimento, a educação e o direcionamento que ele me deu na minha formação. Ele me ensinou o amor ao conhecimento, o amor à leitura, o amor ao próximo, o cuidado, a se importar, a ser humilde, pois Jesus prega a humildade, o cuidar do próximo, de amar a natureza. Então, todos os pilares da minha formação e de quem eu sou vêm dos meus pais. Então, eu vou carregar ele comigo, do que ele foi, do que ele me ensinou e do que eu vivenciei com ele. E toda a minha vivência, a minha rotina, ela estava marcada com a presença do meu pai, né? E eu tive… Antes eu pensava que eu tive só 29 anos ao lado dele, mas hoje eu penso já que eu tive a bênção de ter 29 anos ao lado dele. Então, esse foi o meu pai, um pai presente, amoroso, cuidadoso, dedicado. Ele exerceu o papel de pai com maestria.

5) Dr. Faisal, além de ter chefiado o Executivo municipal parauapebense, foi deputado estadual e vereador. Em sua gestão como prefeito, realizou diversas obras, desde asfaltamento de ruas à criação de escolas, praças, pontes, centro de captação de águas, prédios públicos, igrejas, creches e postos de saúde. No plano fiscal, foi responsável pelo aumento da arrecadação municipal através da Lei dos Royalties (Cfem pago pela mineradora Vale) e diversas outras ações. Faz sentido, portanto, lutar para manter a sua história e memória viva… 

R: Além de tudo que relatei aqui anteriormente, vale registrar que uma das últimas ações de meu pai, na condição de vereador, foi a educação, através de emendas e do objetivo de trazer para cá a Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará), com objetivo de Parauapebas se tornar também uma cidade universitária. Além disso, claro, tinha a preocupação do básico… Que Parauapebas tivesse saúde de qualidade, infraestrutura, que foi muito trabalhado em seus mandatos. Então, faz sim sentido lutar para manter a história e a memória dele viva, não só no sentido pessoal, como exemplo de pessoa, de ser humano, de médico, uma medicina humana, uma medicina que se preocupa realmente, que vê ali uma pessoa, um ser humano que merece atenção, merece cuidado. Lutou para que Parauapebas pudesse ter uma arrecadação digna para que tenha administração pública decente para a população, porque ele lutou para que para Parauapebas não tivesse dificuldade financeira, para que a população não passasse por dificuldades, tivesse acesso à serviços com qualidade. Então, a arrecadação foi conquistada por ele. Agora, precisa que uma administração faça o serviço.

6) Após conseguir com que a PA-275 em seu trecho urbano passou a se chamar “Rodovia Dr. Faisal Salmen”, agora o futuro Museu do Legislativo, que levará o nome de seu pai, quais outras ações estão sendo pensadas para ampliar as merecidas homenagens póstumas ao Dr. Faisal?

R: Então, como eu contei, tudo surgiu com o desejo de manter viva a memória dele e possibilitar que as próximas gerações conheçam, e a atual geração também, conheça o trabalho e a história dele. Nós tínhamos pensado primeiro em recolher depoimentos. Fizemos isso, alguns depoimentos foram colhidos durante a campanha da nomeação da Rodovia Faisal Salmen, mas penso em ampliar isso porque eu não peguei muitos depoimentos. Eu sei que tem muita história ainda que eu não escutei, que eu não conheci, eu até coloquei o número do WhatsApp nas divulgações que nós fizemos para que as pessoas pudessem mandar, mas eu não tive muito sucesso por esse meio, então eu pretendo uma hora pegar uma câmera e sair coletando os outros depoimentos para que, quem sabe, no futuro, a gente possa fazer o que era o projeto inicial do meu pai, que ele começou ali na pandemia, ou um livro, ou um filme, um documentário dele. Então, esses são os projetos futuros que eu não sei quando a gente vai conseguir realizar, mas que ainda é um desejo que eu guardo para que algum dia eu possa colocar mais um sonho em prática, que eu possa realizar esse sonho. Na prática, teremos o Museu Legislativo “Dr. Faisal Salmen” fará a sua primeira mostra, com uma exposição dedicada à história do meu pai e logo também à história da nossa região. E na mesma semana, durante o aniversário da cidade, teremos um outro evento com as autoridades e população, onde será colocada uma placa memorial na rodovia do Faisal Salmen, indicando a mudança do nome e finalizando com chave de ouro o desejo da população por uma homenagem digna à história do meu pai e o amor que ele espalhou em vida e deixou como semente para o futuro.

7) A senhora tem pretensão de seguir os passos de seu pai na política?

R: A política é uma ferramenta transformadora e, quando bem usada, é capaz de modificar o mundo ao nosso redor para melhor ou para pior. Eu aprendi com meu pai o amor pela política também e a luta, a determinação para transformar o nosso meio ao redor, lutar contra as injustiças sociais, buscar sempre um futuro e um presente melhor, trabalhar para isso. Trabalhar para ser um agente de transformação da realidade, em busca de uma vivência mais justa para todos. E eu creio que foi isso que meu pai me ensinou. Tem até uma frase, meu pai tinha grandes inspirações e uma delas ele gostava muito do Gandhi, tem até a Praça Mahatma Gandhi. E tem o Martin Luther King, que ele tem uma frase que fala que nossas vidas começam a acabar no dia em que nos calamos sobre as coisas que importam. Então, lutar e buscar, transformar aquelas coisas que te incomodam, que você está vendo ali que está errado, é uma maneira de continuar honrando a história dele.

Como eu disse, eu carrego as vivências e os ensinamentos dele comigo. E meu pai me preparou para levar o legado dele adiante, as lutas dele adiante. E isso é uma forma de honrar a história dele, seja na política, seja na agrofloresta, seja de outra forma, seja seguindo os meus sonhos. Isso é uma forma também de honrar a história dele, o legado dele e os ensinamentos dele como pai. É importante, falando dessa vivência política e das homenagens e da importância de manter viva a memória dele e o conhecimento da história de Parauapebas, que Parauapebas saiba que ela teve um passado muito bonito de pessoas que lutaram para construir um futuro brilhante e que ela tem um passado bonito, mas que ela pode ter um futuro não tão bonito assim como ela está tendo um presente triste, mas que as pessoas se inspirem para que venham aí políticos que estejam realmente preocupados com o futuro de Parauapebas e não somente preocupados com a arrecadação milionária dos royalties que o meu pai trouxe, porque não foi esse o objetivo que ele trouxe esses royalties. Ele trouxe esses royalties para ajudar a população. Esse era o foco. Então, eu creio que trabalhar uma política assim, voltada na busca por qualidade de vida para a população e lutar contra essas injustiças sociais é a política que o meu pai deixou de exemplo na história dele para que as futuras gerações e a geração presente também se inspirem.

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