Escolhido para perder

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Enfim, depois de um vexame histórico, o PSDB escolheu o seu candidato que disputará a eleição à Presidência da República, em 2022. O governador de São Paulo, João Dória venceu o seu principal concorrente, o também governador Eduardo Leite (RS). O placar não foi tão elástico como se pensava. O mandatário paulista obteve 53,99%; enquanto o gaúcho atingiu 44,66%. Correndo por fora, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio registrou apenas 1,35%.

Portanto, Dória será o candidato tucano ao Palácio do Planalto. Em seu discurso, atacou o ex-presidente Lula, adversário que disse esperar para os debates. A presença de João no PSDB é recente, não é considerado um cacique tucano. Se filiou em 2016, quando concorreu à Prefeitura de São Paulo, com apoio do então governador Geraldo Alckmin, considerado o seu padrinho político. Ambos romperam em 2018, quando Dória resolveu concorrer ao governo de São Paulo, o que não estava acertado com ex-governador. O debutante venceu aquela eleição.

As prévias tucanas mostraram um partido dividido. Um grupo constituído por sua maioria por caciques tentou evitar a vitória de Dória. O deputado federal Aécio Neves foi um deles. O governador paulista é visto internamente como um operador político sem pudor que, em nome do poder, passa por cima de tudo e todos. Que o diga, Alckmin.

A mais recente pesquisa ao Palácio do Planalto, a do Instituto Ipespe, coloca João Dória com 2% das intenções de voto. Portanto, em condições muito difíceis de prosperar. Já se comenta que poderá haver a possibilidade do PSDB conversar com Sérgio Moro para que, quem sabe, uma coligação entre as duas legendas.

Um fato curioso ronda João Dória. O tucano já disputou três eleições pelo partido e até hoje não perdeu nenhuma. Todavia, agora a questão é outra. A disputa é muito mais difícil. O PSDB está rachado, o que torna ainda complicada a situação eleitoral do atual governador de São Paulo. Um escolhido para perder?!

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