Espólio político de Bolsonaro

Com a manutenção da situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos, sem previsão de retorno, com a possibilidade até de não voltar ao Brasil, já se discute quem herdará o seu volumoso capital político. Quem se destacará na oposição e se posicionará com condições de concorrer à Presidência da República, em 2026?

Alguns nomes já começaram a ser cogitados: ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro, que se filiará ao PL, podendo contar com um salário mensal e um escritório na sede do partido, que aposta muito nela como um nome politicamente promissor; o senador Rogério Marinho, do PL, que disputa à Presidência do Senado Federal; o também senador Sérgio Moro (UB); governadores de Minas Gerais e de São Paulo, Romeu Zema (Novo) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), respectivamente; por fim, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul.

Cada nome citado e os que ainda futuramente poderão aparecer, carrega algumas vantagens e desvantagens. Por exemplo, Michele. Sua possível entrada na política, deverá ter maciço apoio evangélico, mas a opção por ela, sob o ponto de vista eleitoral, é visto com ressalva por analistas, justamente por ser muito “messiânico” e por não ter entrada em outros segmentos da sociedade.

Marinho, teria o mesmo perfil de Freitas, ex-ministros considerados técnicos, não tão permeados pelos discursos ideológicos. Hoje, um está no Senado e deverá ser um dos maiores opositores do governo Lula e o outro terá a poderosa máquina paulista nos próximos quatro anos. Zema, outro governador também vem tendo posturas que sinalizam tal pretensão presidencial. Por fim, Mourão, que estaria representando os militares.

O que se sabe é que o capital político de Bolsonaro é volumoso e continuará a existir, mesmo sem a presença do ex-presidente. Todavia, pesquisas e monitoramento de redes apontam acentuada desidratação desse apoio político. Essa massa de apoiadores deverá migrar para um nome que, mesmo não sendo consenso, deverá herdar o capital político bolsonarista e concorrer ao processo eleitoral presidencial.

Mesmo que volte ao país, o ex-presidente deverá travar uma batalha judicial; precisará de tempo, força e dinheiro para enfrentar as diversas acusações que lhe são imputadas junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e na primeira instância da Justiça.

Em política não existe vácuo. A decisão de Jair Bolsonaro em permanecer em solo americano, com a possibilidade de não voltar ao Brasil, o tirará do “jogo” político, mas seu espaço será preenchido por outro (a). Façam suas apostas.

Imagem: DW.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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