Gerente nacional

Recentemente, escrevi em uma rede social que estava feliz de acompanhar os trabalhos do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Explico: o citado tinha deixado o Palácio dos Bandeirantes, em 2018, em meio a uma crise no ninho tucano, ocasionada, em parte, por João Dória, que havia sido eleito prefeito de São Paulo, em 2016, pelas mãos de Alckmin. O seu então vice, Márcio França (PSB) seria o candidato da mais poderosa máquina estadual do Brasil. Dória descumpriu acordo com Alckmin. O vejo como uma boa pessoa, com elevado nível ético e moral. Sem dúvida, o ex-governador paulista está ressurgindo politicamente.

O ex-governador paulista se afastou do comando do partido, indicando mais à frente que poderia deixar a legenda, como de fato ocorreu. Alckmin se filiou ao Partido Socialista Brasileiro, com a possibilidade de disputar novamente o Palácio dos Bandeirantes ou uma vaga ao Senado Federal. Foi escolhido pessoalmente por Lula – sob uma enxurrada de críticas de petistas e alguns apoiadores – candidato a vice-presidente.

Exercer o cargo de vice-presidente no Brasil é uma incógnita no que diz respeito à atuação do mesmo no governo. Depende de como foi construída a relação na campanha e do perfil do presidente eleito.  Em diversos casos, após o processo eleitoral, presidente e vice mantém uma relação distante. No caso de Lula, em seus dois mandatos presidenciais, José de Alencar teve atuação bem ativa nas gestões do petista. Era o elo do governo com o empresariado, tinha, claramente, essa função definida.

No atual cenário, Lula ao ser eleito pela terceira vez, escolheu Geraldo Alckmin para ser o chefe da equipe de transição. O ex-governador é hoje o grande gerente nacional. Ele decide quem nomear, as equipes setoriais e as negociações com o Congresso Nacional para que se possa iniciar o governo cumprindo as promessas de campanha, com dois focos: pagar o Auxílio Brasil de R$ 600,00 (que passará a ser chamado de Bolsa Família) e o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Não há orçamento previsto para essas ações. Por isso, intenso processo dialético ocorre em Brasília.

Ao ser perguntado sobre o futuro de Alckmin no governo, Lula deixou claro que o seu vice não será ministro. Por outro lado, também afirmou que o ex-governador não será um vice decorativo, terá muito trabalho e o ajudará na gestão da máquina federal. O que possivelmente se desenha é uma parceria em que Lula será mais um chefe de Estado, e caberá a Alckmin ser um chefe de governo. Como dito antes, um gerente nacional.

Alckmin passou de um ex-governador que caminhava para o ostracismo político para ser um vice-presidente com protagonismo. Que assim seja.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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