Jatene começa a fazer política na rua

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No último dia 11, no município de Castanhal, nordeste paraense, distante 68 km da capital Belém, o sexto mais populoso do Pará, com quase 200 mil habitantes, portanto, politicamente estratégico, recebeu grande evento político. Segundo o que foi noticiado por diversos veículos de comunicação da capital, o governador Simão Jatene cumpriu extensa agenda que incluiu a entrega de obras e equipamentos, assinatura de ordens de serviço para execução de significativo pacote de investimentos em obras de infraestrutura nos setores de saúde, saneamento, educação e segurança pública, além da entrega de títulos definitivos de terra naquela municipalidade.

Diversos deputados estaduais e federais, além do prefeito, vereadores e o senador Flexa Ribeiro participaram da solenidade, que acabou virando ato político. Além do governador a presença mais esperada era a do presidente do Poder Legislativo, Márcio Miranda. Se a estratégia jatenista estiver certa, essas ações têm como objetivo divulgar o governo e – por inércia – o nome de Miranda, o escolhido pelo governador para a sua sucessão. Em seu pronunciamento Miranda defendeu as ações tomadas pelo governo do Pará, enalteceu a sua própria gestão à frente da Casa de Leis estadual. Foi claro na mensagem em seu discurso: se apresentou como pré-candidato ao Palácio dos Despachos.

Jatene deu a largada a uma nova etapa da disputa eleitoral que se aproxima: agenda de entrega de obras e lançamento de ações com a presença de Márcio Miranda. As últimas pesquisas apontam que o presidente da Alepa está em franco processo de crescimento. A sua curva de ascensão é ainda promissora e as futuras pesquisas deverão confirmar isso.

Por outro lado, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho (MDB) lidera com folga todos os cenários eleitorais pesquisados. A questão é que o ex-prefeito de Ananindeua não consegue ultrapassar a margem de 30% das intenções de voto registrado em pesquisas. Helder, sem cerimônia vem desde 2015 fazendo campanha, se apresentando como candidato ao governo do Pará de forma disfarçada. Mesmo com todas as ações já realizadas, com volumosos recursos federais, via o seu poderoso ministério, não sobe significativamente nas pesquisas. Alguns analistas políticos afirmam que o herdeiro político de Jáder chegou ao seu teto. Ou seja, sem projeção de crescimento.

Se isso for verdade, a situação de Helder requer atenção. Chegar ao teto muito antes do início do processo eleitoral é perigoso. Ainda há o elevando índice de rejeição ao ministro. Essa negativa ao seu nome se concentra fortemente na Região Metropolitana de Belém (RMB). É justamente no quesito rejeição que o escolhido por Jatene se sobressai sobre os seus pré-concorrentes. Miranda não carrega consigo o desgaste de quem já foi ordenador de despesa no Poder Executivo, além e não ser do ninho tucano, portanto, do grupo direto do desgastado governo Jatene.

Tudo ainda é especulação, prognósticos que poderão – ou não – se concretizar, ser reais. Mas a disputa política-eleitoral pelo governo do Pará promete forte embate e ser bastante acirrada. Jatene pelo visto, escolheu, talvez não a opção mais querida, mas, com certeza, a melhor que poderia.

Jatene percebeu que precisa sair do seu confortável gabinete no Palácio dos Despachos e colocar o “bloco” na rua. Inaugurar as “minguadas” obras, fazer política no sol. É de conhecimento público que o governador tucano não é muito afeito a grandes esforços físicos. Helder é uma ameaça real à manutenção da dinastia tucana no Pará, que completa este ano duas décadas.

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