Conforme adiantado a mais de um ano pelo blog…
Na primeira pesquisa eleitoral para o governo de São Paulo realizada em 2018, o prefeito da capital João Dória (PSDB) e o apresentador Celso Russomanno (PRB) aparecem quase juntos na disputa pelo primeiro lugar. O levantamento, realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, mostra os dois empatados na margem de erro em todos os cenários pesquisados, com percentuais que variam entre 28% e 30% das intenções de voto.
Conforme anunciado pelo blog em janeiro de 2017, o prefeito de São Paulo ao assumir a gestão da capital mais rica do país, tinha dois planos: ser o candidato do PSDB a dois palácios: do Planalto, ou dos Bandeirantes. Nos meses seguintes, com a possibilidade de racha no ninho tucano paulista entre Dória e Alckmin pela indicação, o governador (que foi o mentor – contra tudo e contra todos – da candidatura de João), se sobrepôs ao seu “pupilo” e fez valer a sua força dentro do partido, não por acaso, com a saída do senador Aécio Neves da presidência da referida legenda, o governador paulista assumiu o posto e já se apresenta como o candidato à Presidência.
O plano de Alckmin e de – certa forma – o Dória poderá se concretizar, pois ambos serão candidatos aos cargos que pretendiam e manterão o controle da prefeitura com a gestão de Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas.
A questão é a costumeira postura de usar a Prefeitura de São Paulo como trampolim político. Essa tática político-eleitoral já é cada vez menos vista com “bons olhos”. Segundo o levantamento do Instituto Paraná, os eleitores do estado estão divididos sobre os benefícios de uma eventual renúncia do prefeito para disputar as eleições. Para 42,5%, o estado perde com a renúncia. Outros 39% acreditam que o estado seria beneficiado caso o prefeito decida entrar na disputa. Para os paulistas, Dória é o candidato tucano com mais chances de vencer a disputa pelo governo do estado. Essa é a opinião de 55,5% dos eleitores.
Segundo os números apresentados, com a ausência de Russomanno na disputa, o prefeito João Dória se consolida em primeiro lugar, mas sem votos suficientes para vencer no primeiro turno. Em um dos cenários sem o apresentador, Dória aparece com 39,8% das intenções de voto, seguido pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf (PMDB), com 19,1%. Em outro cenário, também sem Russomanno, os percentuais mudam, mas a diferença entre os dois é praticamente a mesma: 37,3% dos votos para Dória e 17,5% para Skaf. Já nos dois cenários testados sem Dória, Russomanno aparece em primeiro lugar na preferência do eleitor, mas também sem votos suficientes para vencer a disputa no primeiro turno. Nos dois cenários sem Dória, o apresentador fica com 37% das intenções de voto, seguido por Skaf, com 18%. Skaf tem uma melhora nas intenções de voto sem Dória e Russomanno na disputa e chega a 30,6% das intenções de voto, mas os eleitores que dizem não votar em nenhum dos nomes apresentados são maioria: 34,6% – os percentuais ficam empatados na margem de erro. Russomanno já é uma “figura carimbada” do eleitor paulista. Disputou e perdeu as duas últimas eleições municipais na capital (2012 e 2016). Ao governo do Estado, em 2010, ficou em terceiro lugar.
O levantamento testou dois nomes petistas para a disputa pelo governo de São Paulo: o ex-prefeito da capital, Fernando Haddad, e o ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Rogério Marinho. Para os eleitores, o candidato petista com mais chances de ganhar o voto para governador é Haddad (33,3%). Luiz Marinho teria a preferência de 17,5% dos eleitores, enquanto 43% afirmaram que não votariam em nenhum dos dois. Marinho aparece nos cenários pesquisados com percentuais que variam entre 3% e 7%. No caso de Haddad, esse percentual varia entre 9% e 13%, dependendo do cenário.
Rejeição
Os petistas também são os que enfrentam as maiores rejeições dos eleitores do estado. No caso de Haddad, 50,9% dos eleitores afirmam que não votariam ex-prefeito de jeito nenhum. No caso de Marinho, esse percentual é de 51,7%. João Dória é o que enfrenta a menor resistência do eleitorado, segundo a pesquisa. Cerca de 32% dos eleitores afirmaram não votar no tucano de jeito nenhum.
Avaliação de Alckmin
O levantamento do Paraná Pesquisas também mediu a avaliação da atual administração, do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano é aprovado por 53,4% dos eleitores e desaprovado por outros 41,6%. Entre os eleitores de São Paulo, 31,2% considera o governo bom ou ótimo e 26,5% considera ruim ou péssimo. Outros 41,1% classificaram a administração como regular.
Senado
O Paraná Pesquisas também testou nomes para a disputa ao Senado pelo estado de São Paulo. Nos três cenários pesquisados, o vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), ficaria com uma das duas vagas em disputa nesse ano.
Ele aparece em primeiro lugar, com 35,7% dos votos, em um dos cenários. Nesse caso, é seguido pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), com 25,3% das intenções de voto. Suplicy também aparece em primeiro lugar, com 36,6% das intenções de voto, no cenário sem Skaf. Nesse caso, ele é seguido pela ex-mulher, Marta (PMDB), que obteria 19,2% dos votos. O vareador fica em segundo lugar em apenas um dos cenários pesquisados, quando o apresentador Datena (PRP) aparece na disputa. Nesse caso, o apresentador ficaria com 42,4% das intenções de voto e Suplicy com 33,3%.
O Paraná Pesquisas realizou o levantamento entre os dias 20 e 25 de fevereiro de 2018. Foram ouvidos 2 mil eleitores com mais de 16 anos em 84 municípios do estado de São Paulo. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2% para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no Superior Tribunal Eleitoral (TSE) sob o número SP-04361/2018.