João Dória. Qual caminho seguir?

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O atual prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), começa a viver um grande dilema em sua atual e futura trajetória política. A pesquisa Datafolha, que apontou aprovação de 43% para a gestão tucana, por outro lado, os números também trouxeram um sinal para o tucano: a maioria dos paulistanos não quer que Doria abandone a prefeitura de São Paulo para ser candidato em 2018.

Segundo o jornalista Josias de Souza, comentarista do UOL: “Doria criou uma fábula do não político e agora está refém da mesma”. E completa: “O pupilo do governador tucano Geraldo Alckmin tornou-se um prisioneiro da fábula que criou. Doria passou a campanha inteira propagando uma falsidade: “Não sou político”, alardeou. “Se abandonar a fantasia de gari para tentar a sorte como uma alegoria presidencial em 2018, o prefeito escalará o palco nacional como o pior tipo de político: o traidor. Nesse papel, o sujeito pede votos aos pobres, pede apoio aos poderosos e engana a ambos depois”.

O sucesso do perfil “diferente” que o mandatário da política paulistana criou, lhe garantiu grande popularidade, aliado ao que PSDB sabe fazer de melhor: propaganda. Por isso, seu nome é ventilado para a presidência da república ou governo do Estado, em 2018. O “x” da questão é justamente essa que o referido jornalista bem colocou. A sociedade paulistana já não aceita a continuação da velha política em que a prefeitura mais rica do país, com um dos maiores orçamentos públicos do Brasil, seja sempre usada como “trampolim”. Se Dória deixar o cargo, não será o primeiro e nem o último a ter tal atitude.

Além disso, o prefeito de São Paulo sabe que é apadrinhado político do governador Geraldo Alckmin e que o mesmo não esconde de ninguém sua vontade de concorrer mais uma vez ao Palácio do Planalto. A Dória, se quiser, teria o Palácio dos Bandeirantes como a melhor das opções. Mas, a sua saída da Prefeitura de São Paulo poderá ser o início de seu fim político, pois descontrói a sua imagem de “não ser político e sim gestor”. Se for só gestor mesmo, deve ficar na PMSP, pois alguém com esse título não está preocupado com cargos ou disputas políticas e sim com o início, meio e fim de sua gestão.

Cabe a Dória decidir por qual caminho seguir. Se mantém a conciliação entre discurso e atitude ou desmonta os personagens que criou mais rápido do que poderia imaginar. Vamos aguardar.

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