A mineradora Vale (VALE3) registrou lucro líquido de US$ 7,586 bilhões no segundo trimestre de 2021, uma alta de 662% ante o lucro de US$ 995 milhões apresentado um ano antes. Em relação ao primeiro trimestre deste ano a alta foi de 36,78%.
O resultado ficou próximo da estimativa dos analistas consultados pela Refinitiv, que esperavam um lucro de US$ 7,67 bilhões. O lucro subiu, segundo a empresa, devido ao maior Ebitda proforma e maiores resultados financeiros. “Encargos do impairment de ativos do Negócio de Carvão e resultados de participações menores, devido a provisão adicional relacionada à Fundação Renova, compensaram parcialmente os efeitos positivos”, destaca a Vale em seu release.
Eduardo Bartolomeo, presidente da mineradora, afirmou no balanço que a Vale está com a “confiança elevada” e continua no caminho certo em sua estratégia de redução de riscos, simplificação dos negócios e atingimento de nossas ambições.
“Enquanto continuamos com a retomada da nossa capacidade de produção de minério de ferro, também eliminamos seis barragens a montante e avançamos consistentemente em nossa agenda ESG. Acreditamos em produção segura e excelência operacional e, por isso, temos mantido a guarda alta na prevenção da covid-19 em todos os países que operamos”, disse ele.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, por sua vez, encerrou o período entre abril e junho em US$ 11,038 bilhões, uma alta de 227% ante o mesmo período de 2020 e de 32% sobre o o início de 2021. O Ebitda ajustado proforma, que exclui as despesas com Brumadinho e as doações ao combate da pandemia do coronavírus, foi recorde, atingindo US$ 11,239 bilhões.
Segundo a companhia, o Ebitda recorde no período foi favorecido, principalmente, pelos maiores preços realizados e volumes de venda de minério de ferro e pelotas, que por sua vez foram parcialmente compensados por certos custos e despesas que são vinculados ao preço do minério de ferro como, por exemplo, compras de terceiros e royalties, elevados custos de frete e maiores custos de manutenção e serviços.
A margem Ebitda, por sua vez, se manteve no mesmo nível do primeiro trimestre, em 66%, o que por sua vez representa uma alta de 21 pontos percentuais sobre o segundo trimestre de 2020, quando estava em 45%. Na semana passada, a Vale informou a produção de 75,7 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre, uma alta de 11,3% ante o primeiro trimestre deste ano.
Já a receita líquida de vendas da companhia registrou aumento de 121,8% na comparação com o período entre abril e junho do ano passado, atingindo agora US$ 16,675 bilhões. Sobre o trimestre anterior houve uma alta de 32%. A Vale ainda encerrou o segundo trimestre com dívida bruta de US$ 12,154 bilhões, em linha com período anterior. Já a dívida líquida totalizou US$ 738 milhões no mesmo período, com a dívida líquida expandida ficando em US$ 11,448 bilhões. Em março, a dívida líquida da companhia era de US$ 2,136 bilhões.
A queda da dívida líquida expandida foi atribuída “ao impacto da apreciação de 12% do real sobre os compromissos denominados em reais”, e “à provisão adicional registrada para as obrigações da Samarco e da Fundação Renova, seguindo a atualização das premissas usadas para estimar os custos relacionados aos programas de reparação e compensação”.
O preço médio de referência do minério de ferro 62% praticado pela empresa ficou em US$ 200,0/dmt no segundo trimestre, 20% acima aos três meses anteriores.
“Os preços do minério de ferro tiveram uma segunda rodada de aumentos no final do 1T21 e a manutenção da oferta restrita de minério de ferro, junto com uma atividade econômica muito forte da China e a recuperação da demanda ex-China, mantiveram o mercado sub ofertado, elevando os preços acima dos US$ 200/t”, avalia a companhia.
Para o segundo semestre, do lado da oferta, a Vale espera que os volumes aumentem em relação à primeira metade de 2021, enquanto a demanda de minério de ferro pode ser impactada por cortes de produção devido a restrições ambientais na China.
Sobre Brumadinho, a mineradora afirmou que desembolsou US$ 303 milhões no segundo trimestre por conta do caso, incluindo na conta o acordo de reparação integral, de US$ 215 milhões, programa de descaracterização, de US$ 79 milhões e outras provisões de reparação que somaram US$ 9 milhões e despesas incorridas de US$ 185 milhões.
Com informações da Agência Estado/ InfoMoney.