Marabá: vereadores aceitam denúncias contra o prefeito Toni Cunha (PL)

A sessão legislativa em Marabá, em vários aspectos, é bem diferente de Parauapebas. E diferente para melhor. No início, estranhei a formalidade e a educação da pessoas. Foi um tal de levanta pra isso, levanta para aquilo. A todo momento, a plateia aplaudia. As leituras mais simples rendiam aplausos respeitosos da audiência. Uma lanchonete muito simpática, que na minha opinião poderia ser uma cafeteria, ajudam a fazer com que a visita à Câmara seja uma experiência agradável e acolhedora. Mas a maior diferença mesmo foi a ausência daquele vidro horroroso que separa os vereadores de Parauapebas do povo. Tudo muito próximo, dava pra ouvir as conversas do plenário.

Sessão iniciada, a primeira pauta foi um denúncia de uma cidadã, enumerando uma série de supostas irregularidades cometidas pelo Executivo municipal. Prevaricação, crimes de responsabilidade, fraudes licitatórias… O cardápio foi extenso. A leitura encerrou com o pedido de cassação do Prefeito. Observando que a leitura foi apenas pra que se vote o acolhimento (ou não) das denúncias.

Em seguida, algo muito interessante. Duas ONGs tiveram 15 minutos cada, de fala. Perguntei a um servidor da Casa, se esta sessão seria especial de alguma forma, ou se são assim mesmo, no que fui informado não era tão comum, mas há sim, a possibilidade de fala, desde que previamente solicitada. Ouvindo os relatos das entidades, percebi que ambas tratavam da mesma coisa: a importância das emendas impositivas. Especialmente o primeiro relato, uma ong protetora de animais, que fez um relato fotográfico comovente e um tanto excessivamente dramático (embora necessário e verdadeiro) do quanto o seu trabalho é necessário e o quanto o ser humano pode ser mau. Percebe-se que essas participações fizeram parte de uma estratégia da Casa para enfrentar a decisão do Prefeito de barrar as emendas dos vereadores. Detalhe: elas são impositivas.

Essa é apenas mais uma seara de embate entre o Legislativo e o Executivo.

Toni tem sido uma pessoa de difícil trato, fruto, talvez do senso comum (e tacanho) de que bolsonarista bom é bolsonarista brabo.

Em apenas seis meses de mandato, o alcaide já coleciona uma série de episódios vexatórios, de misoginia a crimes de responsabilidade, o prefeito realmente tem se superado no quesito escândalos e despreparo para o trato político. Decoro, diplomacia e empatia têm lhe faltado. Mas se dizem que nada como um dia atrás do outro, é certo que a partir de agosto, início do ano eleitoral, ou o prefeito muda sua postura ou vai ter dificuldade em emplacar seu projeto político para 2026.

Para encerrar, o resultado da apresentação da denúncia foi uma (primeira) derrota do Prefeito, neste assunto. Isso quer dizer alguma coisa? Não necessariamente, já que não há poder punitivo de verdade. Mas serão longos três meses de desgastes, em pleno início do período eleitoral. Tudo, na minha opinião, por pura vaidade do Prefeito Toni.

Resultado? 12 votos a favor, 8 votos contra e 1 abstenção. Porque confusão só presta grande, não é mesmo?

Texto e Imagem: Vicente Reis

Vicente Reis

“cogito, ergo sum.”

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