Há um consenso geral de que a Educação no governo do presidente Jair Bolsonaro é um desastre. Não há o que comemorar, não há avanços, não há projetos e muito menos gestão. Ao fim da publicação deste artigo, três ministros já haviam passado pela pasta, além do que, neste momento, não há ministro. Isso tudo em apenas 18 meses de governo.
Desde o período de campanha que estava claro que a pasta da Educação seria ocupada por alguém próximo ao filósofo Olavo de Carvalho, considerado por muitos o guro de Bolsonaro, por fomentar suas teses e bases ideológicas o movimento bolsonarista. Foi Carvalho que indicou Ricardo Velez ao Ministério da Educação (MEC), este ficou por apenas três meses. Sua passagem foi um desastre. Porém, o pior ainda estava por vir. Em seguida (quando não se pensava que não seria possível piorar), veio Abraham Weintraub, que ficou pouco mais de um ano à frente do MEC. Outro desastre. Saiu do país às pressas para não ter possivelmente a sua prisão decretada.
O então novo ministro Carlos Alberto Decotelli, de ótimo currículo, logo foi desfreado, cinco dias depois de ser o escolhido (nem teve cerimônia de posse), caiu em desgraça por ter apresentado inconsistências nas informações acadêmicas que estavam em sua Plataforma Lattes, com o que, de fato, ele possui em termos de titulações. Levando em consideração que outros ministros também mentiram sobre os dados e formações que diziam possuir, como exemplo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Ambos não deixaram seus respectivos cargos por conta dessas inverdades, apenas Decotelli.
A queda precoce de Carlos Alberto está muito mais ligada a uma disputa interna pelo Ministério da Educação entre as alas militar e ideológica do governo, sob os olhares atentos do Centrão. O orçamento anual do MEC para este ano é de R$ 101 bilhões em 2020 (inferior ao ano anterior que ficou em R$ 122 bilhões), sendo o segundo maior orçamento federal, ultrapassado apenas pela Saúde. Portanto, o sonho de grupos políticos e partidos. Garante poder e
Como já dito neste Blog diversas vezes, o MEC não faz gestão, pois a única preocupação está em desconstruir as políticas anteriores, em nome ou defesa de novas ideias e posturas ideológicas. Não há atraso maior a um país do que abdicar de gerir a sua educação pública. O efeito disso deverá ser devastador ao Brasil. Há 18 meses que não há gestão, plano, projeto de nada. Tanto é verdade tal afirmação que secretários estaduais e municipais seguem planos e ações sem a participação do referido ministério.
Quem vencerá a disputa interna pelo MEC? “Olavistas” que compõe a ala ideológica ou os militares? Ou nenhum dos dois, o presidente acuado como está, entregará a “galinha dos ovos de ouro” ao Centrão em nome da sobrevivência política?
Independente de quem vença essa disputa, está claro que a Educação não é prioridade para este governo. Sob sua gestão, a área só piora, e com ela o futuro do país ficará cada vez mais comprometido.