Ninho esvaziado

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Ontem, 30, em um hotel da capital paraense, o PSDB promoveu evento de olho nas eleições do próximo ano. Uma ala do partido favorável à candidatura de Simão Jatene ao governo do Estado, recebeu o governador gaúcho Eduardo Leite, que disputa com o mandatário paulista, João Dória, a indicação da legenda ao Palácio do Planalto, em 2022.

O encontro teve ainda a presença do senador cearense Tasso Jereissati, do ex-senador Flexa Ribeiro e do ex-governador Simão Jatene. Os deputados estaduais tucanos não se fizeram presentes. A bancada paraense do partido em Brasília, fingiu que o evento não existiu. Esse é atual o retrato do PSDB paraense, partido que comandou por duas décadas a política por essas bandas.

Como dito em outras oportunidades, Jatene ainda tenta se viabilizar como candidato ao governo no próximo ano, mesmo com sérias restrições que vai desde reprovação de suas contas (2018) pela Assembleia Legislativa, condenação por abuso de poder econômico no pleito de 2014 e falta de apoio do próprio partido ao seu nome.

PSDB nacional

A crise do PSDB não é exclusiva no Pará. A legenda que já governou o país por oito anos e por quatro disputas presidenciais, rivalizou com o PT, hoje se encontra em difícil situação. O desempenho pífio na campanha de 2018, além de denúncias de corrupção desidrataram politicamente o partido que, no plano eleitoral, vem diminuindo. As prévias que foram criadas para definir o nome da legenda que irá disputar o Palácio do Planalto, em 2022, tornou-se uma ferramenta de marketing, ajudando a divulgar o partido, que tenta monopolizar a indicação da terceira via.

O Bolsonarismo ao ter encontrado sua vazão eleitoral em Jair Bolsonaro, em 2018, inviabilizou o PSDB sob o ponto de vista eleitoral. O eleitorado de forma geral, não encontrou mais nos tucanos a possibilidade de rivalizar com o PT, que pudesse, por exemplo, espantar a Esquerda do poder. No que diz respeito ao processo de escolha interna tucana, o que Leite e Dória estão fazendo nos estados é buscar apoio, todavia, as realidades dessas Executivas não estão na ordem do dia para ambos.

Por aqui, Jatene tenta continuar “vivo” politicamente, apesar das adversidades que seguem na sua cola. O PSDB paraense que já ostentou uma hegemonia respeitada, hoje é um partido dividido, fragmentado em grupos, e que está longe de ter uma unidade. Muitos colocam essa crise na conta Simão, que aprofundou por suas decisões na eleição de 2018. Hoje no ninho tucano paraense é cada um por si.

Imagem: Política Pará.

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