Estamos vivendo, sem dúvida, o mais baixo nível visto, talvez, desde o processo de redemocratização, em uma campanha presidencial. Chegamos hoje, 14, à metade do período de duração deste segundo turno, que se encerrará no próximo dia 30.
Uma disputa que começou em saber quem ou quais dos dois candidatos, Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) não tinha apoio do Satanás, que entrou de gaiato nessa disputa. Depois, quem era mais ou menos religioso, quem é a favor ou não da preservação da religiosidade, quem iria ou não fechar igrejas e por aí vai. No campo religioso, temos ainda o conflito entre católicos e evangélicos, que só se unem quando ambos são bolsonaristas, que se sentem no direito de atacar padre, bispo, caso esses representantes da Igreja preguem algo que possa ser entendido como ofensivo ou direcionado ao candidato que defendem. Em tese, um absurdo injustificável.
O Brasil continua com um cenário econômico difícil, em que muitas incertezas rondam o futuro do país nesta área. Neste quesito, nem Lula e nem Bolsonaro estão disponibilizando seus espaços de campanha para tratar da questão. Tudo se resume a um grande volume de ataques de ambas as partes. Os petistas afirmam que apenas estão se defendendo dos bolsonaristas, por isso, o baixo nível da campanha.
Nada indica que haverá trégua ou que as duas campanhas poderão travar um amplo debate sobre o país. Até mesmo a comparação entre governos, que quando raramente ocorre, serve mais como uma “escada” para ataques. É vergonhoso o que vem se acompanhando. Como se o futuro do Brasil nos quesitos econômico, educacional, cultural, de saúde, por exemplo, ficasse em segundo plano. Não há movimento prepositivo. A disputa virou de torcida organizada. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apesar de agir, mostra-se incapaz de conseguir combater, por exemplo, a grande proliferação de notícias falsas.
PT e PSDB mantiveram por duas décadas a disputa eleitoral a nível nacional. Havia momentos de baixaria, mas nada se compara ao que estamos vivenciando. Virou um faroeste sem controle, que inclusive vem matando pessoas. Indiscutivelmente, quem perde é o país e sua complexidade gerencial, sobrando até para o demônio que, em tese, em nada tem haver com a disputa eleitoral.
Imagem: Roraima na Rede.