O que era esperado ontem, 07, foi anunciado oficialmente: o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, assumiu a presidência estadual do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Pará. A legenda estava em tese sob a direção de Cássio Andrade, vice-prefeito de Belém e secretário estadual de Esportes.
Há décadas o PSB estava sob comando da Família Andrade, que tem como patriarca o ex-senador Ademir Andrade, que após ser arrolado em graves denúncias quando esteve à frente da Companhia Docas do Pará (CDP) se afastou da política e passou o bastão para o filho.
Há um ano (data de filiação de Daniel Santos ao partido) se arrastava a disputa pelo comando da legenda. O atual mandatário de Ananindeua esperou a janela partidária para promover – em alinhamento com a Executiva nacional – tal movimento. Tudo com o aval do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, que bancou a ida e permanência de Santos.
Em abril de 2024, com a instabilidade do Solidariedade, Daniel ficou em estado de atenção em relação a ter filiação partidária e concorrer à reeleição em Ananindeua. Em um movimento que escapou ao controle de alguns estrategistas da política, ele conseguiu se filiar e manter-se no partido. O passo seguinte seria assumir a Presidência da legenda no Pará, feito conseguido ontem, 08.
Daniel Santos vem trabalhando para ser o próximo governador do Pará. Se tornou o principal nome da oposição, esta formada majoritariamente por bolsonaristas. Ao assumir o PSB, em tese se afasta desse eleitorado mais à Direita, que ao declarar apoio terá que saber que o partido é da base de Lula, e conta com o vice-presidente da República.
Neste jogo ainda tem o ex-governador Simão Jatene, que poderá concorrer sub judice ou até mesmo apoiando Daniel Santos. A esquizofrenia política está posta com Daniel Santos concorrendo pelo PSB e contando com o apoio da Direita.
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