O Homem de dois partidos

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Como é sabido, inclusive tratado por este Blog no início desta semana, o empresário do ramo de máquinas pesadas, João Vicente Ferreira do Vale, conhecido como “Branco da White”, deixou o comando do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e ingressou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), assumindo o comando do ninho tucano parauapebense.

Apesar da manobra ter pego todos de surpresa, ela ocorreu de forma planejada pelo também chamado de “Imperador das Máquinas”, que não se filiou ao PSDB apenas para ser o primeiro suplente do ex-prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, que concorrerá ao Senado Federal, mas para ter o controle de duas legendas em Parauapebas. Terá a missão de reconstruir o PSDB na capital do minério. Conseguirá? Se colocarmos como paramento o Pros, o empresário tem tudo para obter êxito.

Fragmentação da bancada do Pros na CMP

A movimentação político-eleitoral de Branco, poderá em breve, mudar a representação política da Casa de Leis de Parauapebas. Tudo com objetivo de fortalecer a representação política de seu novo partido, o PSDB. Dos quatro vereadores que o Pros possui no parlamento municipal, dois deles poderão, quem sabe, migrar para o ninho tucano, assim, o “Imperador das Máquinas” poderá ter duas bancadas de dois vereadores. Se tal movimento se concretizar poderá reorganizar as forças internas do Poder Legislativo da capital do minério.

O sonho em ser Senador 

João Vicente Ferreira do Vale não esconde a sua vontade em ser senador da República, mesmo que seja via suplência, o que digamos é algo um tanto quanto recorrente. Ao votar em um senador, escolhemos também dois suplentes, que ocuparão o cargo caso ele precise se afastar por algum motivo, como doença, morte, cassação, renúncia ou quando o Senador assume outros cargos, como o de ministro, por exemplo. Esses suplentes de Senador são sempre identificados nos materiais de campanha, ainda que muitas vezes isso seja feito de forma pouco visível.

Cada candidato a Senador deve cadastrar, junto com a sua candidatura, o nome de dois suplentes. Contudo, nas eleições nós votamos apenas no candidato “cabeça de chapa”, isto é, o candidato que nós conhecemos durante as eleições. É exatamente por isso que o suplente de Senador é muitas vezes conhecido como “político sem voto”. Segundo pesquisa feita pelo site Politize, boa parte dos suplentes nunca ocuparam um cargo público, eles são, em média, três vezes mais ricos que os cabeças de chapa. Geralmente, os candidatos ao Senado buscam nos grandes empresários financiamento para suas campanhas e, em troca, os indicam para serem seus suplentes.

Voltando a Parauapebas…

Manoel Pioneiro, ex-prefeito de Ananindeua, deixou o comando do segundo município mais populoso do Pará, no qual governou por quatro mandatos, muito bem avaliado. Tinha o sonho de ser governador. Até esperou a oportunidade em ser, mas à época, o ex-governador Simão Jatene (PSDB), preferiu escolher o então deputado estadual, Márcio Miranda (à época no DEM, hoje filiado ao PTB) para ser o seu sucessor.

Pioneiro tem chances de ser senador da República. Tem musculatura política. Pouco conhecido fora do nordeste paraense e Região Metropolitana de Belém, mas terá oportunidade de rodar as outras regiões do Pará. Terá apoio de Helder Barbalho, sendo inclusive o candidato do governador? De forma velada, dificilmente isso ocorra. Mas entre ambos há um acordo firmado nas eleições de 2020. Com o volume de recursos que Branco da White colocará na campanha, afim de realizar o seu sonho, Pioneiro poderá ficar tranquilo. Dinheiro (declarado) não será problema.

Imagem: WhatsApp – reprodução internet.

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