O início da derrocada do maior grupo de comunicação do Pará?

Não é de hoje que ocorrem rumores de conflitos nos bastidores da família Maiorana, detentora do maior grupo de comunicação do Pará. Desde a virada do milênio que os irmãos, no total de seis, vivem em coexistência pacifica. Rômulo Maiorana Júnior sempre esteve à frente dos negócios e decisões, apesar da divisão societária que constitui as Organizações Romulo Maiorana (ORM).

Não é novidade que o referido grupo empresarial de comunicação não vinha há muito tempo bem em suas finanças. Não se trata de crise econômica por si só, mas a forma como os negócios vinham sendo geridos, administrados, por Rômulo Maiorana, quase de forma monocrática e sigilosa. Segundo o que foi noticiado em outros blogs, a falta de clareza e decisões colegiadas, estão entre os principais motivos que levaram à uma decisão drástica, tomada pelos outros irmãos em relação ao então diretor-presidente.

Ronaldo e Rosângela, convocaram assembleia geral extraordinária. Ela ocorreu no último dia 30 e teve como objetivo destituir Rômulo do cargo de presidente executivo do grupo. Na verdade, foram dois encontros agendados para a tarde da referida data. Além de buscarem a reorganização societária, acordaram a instauração de auditoria geral nas finanças da organização e dependendo do caso, responsabilizar criminalmente o irmão.

O jornalista Lúcio Flávio Pinto em seu blog abordou a questão em etapas cronológicas: desde a convocação, o desenrolar do acordado e o que foi decidido a priori. Da mesma forma, em caráter mais direto, o jornalista Carlos Mendes, que assina o blog “Ver o Fato” abordou a questão dos bastidores dos Maiorana, dando ênfase a relação exógena de Romulo com a política.

O que se sabe é que, Rômulo Jr. por decisão da assembleia, foi destituído do cargo, que, aliás, ele nem esteve presente pessoalmente nos encontros. Preferiu curtir o clima tropical das praias de Miami, seu reduto há anos.

O processo é mais antigo. Está ligado aos rumos e a forma de como “Rominho” geriu os negócios da família. As ORM vêm perdendo em doses homeopáticas, audiência em seus diversos segmentos. No quesito jornal impresso, O Liberal, deixou de ser há muito tempo o mais vendido. Seu irmão mais novo, o Amazônia Jornal (que teve como objetivo rivalizar em sua linha editorial com o Diário do Pará, dos Barbalho, mantendo O Liberal, mais refinado em suas abordagens).

Na década passada, as ORM quase perdeu o contrato de afiliada à Rede Globo, pois não vinha garantindo minimamente bases contratuais, dentre elas à manutenção de investimentos na prestação de serviços, com regularmente processo de modernização. Não, por acaso, e no mesmo período da indefinição, as ORM promoveram diversas mudanças e investimentos: antenas, cobertura e a compra de um helicóptero (chamado de LibCop) e o contrato foi renovado.

Outro ponto diz respeito à cobertura jornalística. Muitos acusam que as ORM são muito parcial em sua forma produzir informação e se comunicar. Defende um grupo político em detrimento aos demais. Questiona-se a relação de seus “donos” com os governos do PSDB. Coincidentemente, nos governos tucanos as verbas de publicidade ao grupo de comunicação batem recordes. Quando chega o período de disputa eleitoral fica claro de que lado o referido grupo de comunicação se posiciona e a quem defende. Do outro lado da Avenida Almirante Barroso, no caso dos Barbalho, o processo não é diferente. Lá é mais claro, aberto, com membros da família com cargos públicos. Já os Maiorana são mais reservados, preferem os bastidores.

A situação chegou ao limite. A guerra interna, familiar, está só começando e deverá tomar diversos contornos, muito desses ainda incertos em relação ao futuro do grupo. Sabe-se que “cicatrizes” ficarão no processo e que Rômulo deixará a sua mansão em Miami para brigar pelo poder. Seria o início do fim do maior grupo de comunicação do Pará?

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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