O negacionismo e o Enem

Mesmo com todas as evidências que a pandemia de coronavírus afeta diretamente o ensino, este colocado sob a forma remota, o Ministério da Educação (MEC), mantém o cronograma do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ou seja, as datas previamente definidas continuam valendo.

Em outro artigo, tratei do tema. Com todos os pedidos, intervencionismos dialéticos, movimentos estudantis, universidades, secundaristas, artistas, baixo-assinado e até site, tudo isso criado com o objetivo do cronograma do Enem ser alterado, ocasionando mudanças nas datas das provas. Porém, o MEC, até o momento, mantém sua posição.

Por que frente a tantos pedidos para algo óbvio, necessário, o ministério não cede? Simples. Ao ceder, o ministro Abraham Weintraub estaria reconhecendo a pandemia, os impactos causados na área pelo isolamento social, algo que o presidente Jair Bolsonaro abomina. Ao decretar alterações no calendário do Enem, passa-se a reconhecer a influência de algo que o mandatário da nação, desmerece. Portanto, a questão ideológica impede mudanças no exame.

Aviso de pronto que elas virão. As datas das provas mudarão, porém, antes disso, a polêmica ou o retardo na alteração, neste caso, o reconhecimento da necessidade do adiamento, precisa continuar. Faz parte do modus operandi do Bolsonarismo. Criar polêmica, conflitos. Não ceder ao óbvio, ainda mais quando tal ação fortalece algo que o governo não apoia, ou, pelo menos, a sua ala ideológica.

Enquanto isso, milhões de candidatos ficam apreensivos. Primeiro, pela deficiência na preparação. Nem todos possuem a possibilidade de estudar remotamente. Segundo, pela pressão psicológica que a postura do MEC produz. Algo que poderia ser tranquilamente evitado, se o bom senso prevalecesse. Ao contrário de outras pastas que dialogam com governadores e prefeitos, o MEC não reuniu com esses gestores nem para traçar linhas gerais, como apoio didático ao ensino a distância e a reorganização do calendário escolar.

Segundo a Unesco (braço da ONU para a educação), cerca de 80 países cancelaram, adiaram ou remarcaram suas avaliações estudantis, entre eles EUA, Reino Unido, China, Irlanda, Espanha, Coreia, França e Noruega.

A Educação está sob a tutela da ala ideológica do governo, de fato, quem manda, quem decide. Nessa lógica, o negacionismo impera. Quem paga a conta? Os milhões de estudantes que estão – por conta da pandemia – à margem de um melhor processo de preparação. E isso tudo por uma questão ideológica e de querer agradar o chefe.

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