Intitulado de governo da “Oportunidade”, mote de campanha que se tornou vitorioso nas urnas, o termo (como avisei em diversos textos) parece que irá promover grande pressão ao novo governo que tomou posse há três dias. Desde o primeiro dia útil da nova gestão (02), uma legião de pessoas se apertam nas dependências da prefeitura, concentradas especialmente no andar do gabinete do prefeito. Muitas destas pessoas já chegam com documentos, pastas com indicações, currículos, para buscarem oportunidades de emprego.
Em alguns casos não são pedidos. São cobranças. Reivindicam dividas de campanha. Muitos apoiaram a candidatura de Darci e agora querem o “pagamento”. A questão da empregabilidade em um município em crise econômica será o primeiro, e talvez, o maior desafio do novo gestor municipal. A situação pela cidade é dramática.
Até agosto do ano passado, foram fechados quase 12 mil postos de trabalho com carteira assinada em Parauapebas. Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. No balanço que ainda deverá ser atualizado pelo referido órgão, a “capital do minério” deve ter fechado o ano com pelo menos 15 mil postos de trabalho a menos, em comparação com os dados do ano anterior.
Na questão da empregabilidade, não há muito o que esperar. Diferente de outras áreas que se monta cronograma de ação de curto, médio e longo prazos, o emprego é primeira necessidade. Portanto, deve ser o maior objetivo do novo governo, caso queira evitar desgastes e pressões.
Seguindo o prometido em campanha e dentro do plano de governo, Darci deverá em breve promover ações que visem criar incentivos fiscais, atrativos locacionais a grandes grupos empresariais para que possam se instalar no município. O novo prefeito sabe que não poderá, diferente de outras épocas, inclusive quando governou Parauapebas, esperar pela geração de empregos vindos da Vale. Sabe-se que a mineradora não terá (pelo menos o balanço de investimentos divulgado recentemente) pretensão de aumentar suas ofertas de postos de trabalho de forma exponencial.
Neste contexto, caberá a Prefeitura de Parauapebas gerar e criar condições para que a empregabilidade ocorra e diminua o alto índice de desemprego que assola há meses um dos municípios que mais geram riqueza no Brasil, mas pouco pode contar com ela em seus limites territoriais. Nesta questão, o tempo será o principal inimigo do novo governo.