O que esperar do futuro governo Bolsonaro?

O futuro governo está formado. Será composto por 22 ministérios. Conforme dito em outro texto, o quantitativo ministerial ficou bem acima do que o presidente anunciava ainda no período de campanha. Bolsonaro afirmou que 15 ministérios seriam suficientes. O único que deixou de ter espaço na Esplanada do Ministérios, em relação aos outros governos foi a pasta do Trabalho e Previdência, que foi retalhado e será gerido por outras três pastas.

Portanto, nada do que foi prometido em campanha em relação a estrutura de Estado e seu desenho institucional será cumprido. Bolsonaro e sua equipe de transição perceberam que o modelo de presidencialismo de coalizão não permite tal “enxugamento”, ou seja, menos espaços para atender partidos da base e aliados no Congresso Nacional. Isso ficou claro quando a equipe do presidente eleito precisou ir até os partidos, e percebeu que as demandas começavam a chegar. Como parte da nova gestão será composta por militares, sobrou menos espaço para as composições político-partidária.

Grandes intelectuais apontam – independente de posicionamento ideológico – que o novo governo não será esse desastre todo como se pensa. Alguns, como Mangabeira Unger, afirmam que a gestão Bolsonaro “será promissora” pelos nomes que foram escolhidos. No campo econômico não haverá surpresas. O novo governo seguirá as diretrizes neoliberal. Será também conservador do ponto de vista religioso e de costumes.

O que temos de fato é um governo que iniciará fragilizado nas próximas semanas. As graves denúncias que envolvem o clã Bolsonaro são graves. E poderão ter outros desdobramentos a depender do processo de investigação dos fatos. Se a pressão aumentar, com a popularidade caindo, como ficará, por exemplo, a relação com o Congresso Nacional? O costumeiro início de um governo eleito, quando o novo presidente chega a ter poderes imperiais, será afetado? Sem o apoio da opinião pública e do parlamento como as reformas serão colocadas em pauta?

De resto, só nos cabe esperar e ir analisando os fatos conforme eles aconteçam. Ao país, só resta torcer pelo melhor. A pergunta – sem resposta – que fica no ar é: cadê o Queiroz?

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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