Os militares continuam avançando, agora irão controlar a Comunicação

Algo é consenso, reconhecido pelos próprios aliados: a comunicação do governo do presidente Jair Bolsonaro é sofrível. Isso ocorre por culpa do próprio mandatário que cria polêmicas a todo momento em suas contas oficiais nas redes sociais, além de mantém um clima intermitente de rivalidade com a imprensa.

Demorou além do tempo aceitável a nomeação de um porta-voz, que só aconteceu depois de uma quinzena de funcionamento do novo governo. Foram duas semanas em sucessivos tropeços dialéticos, com narrativas sofríveis, em um jogo de recuos e desmentidos públicos (que continuam até hoje), enfim a gestão passou a ter algo básico de toda gestão, ainda mais se tratando de um governo federal: um porta-voz oficial.

O escolhido foi o general de divisão Otávio Santana do Rêgo Barros para ser a voz do governo. Barros é militar da ativa, com experiência em comunicação social e trato com a imprensa e um currículo que inclui participação na Missão de Paz no Haiti.

Agora, em uma tentativa de evitar novas crises nas redes sociais, o governo escalou novamente um militar para coordenar a estrutura de mídias digitais e reforçar a comunicação oficial do Palácio do Planalto. Tal função estará sob responsabilidade do coronel Didio Pereira de Campos, ex-chefe da assessoria de imprensa do Exército, que passará a comandar uma nova estrutura chamada de Comunicação Global, que ficará responsável pelo monitoramento das redes sociais, publicidade e criação de conteúdo, conforme o Diário Oficial da União (DOU).

Cogitou-se – tendo como base a sua atuação na campanha – que, Carlos Bolsonaro poderia assumir tal função, haja vista, que detém o controle das redes sociais, e tornou-se o ‘número 1″ da prole Bolsonaro nas redes. Mas, pelo visto, tendo como base o nível de agressividade do filho do presidente, preferiu-se (não se sabe se naturalmente ou forçadamente) mantê-lo à distância do Palácio do Planalto.

Assim como ocorreu com o porta-voz, que tornou-se quase uma figura decorativa, o mesmo poderá ocorrer com Campos no comando da chamada Comunicação Global. Para a comunicação funcionar, já bastaria limitar o uso – pelo presidente – de suas redes sociais, ou, pelo menos, usá-la de forma institucional, conforme a liturgia do cargo que ocupa.

Enquanto isso, conforme abordado pelo blog em outros artigos, os militares continuam marchando dentro do governo, de forma silenciosa, ao estilo próprio, ocupando espaços. Agora estão controlando a Comunicação.

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