Papel de Lira

Uma das indagações que mais se faz pelos quadrantes da capital federal, diz respeito ao papel que terá de agora em diante o presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Como é sabido, o citado era um ferrenho defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas por compor o Centrão, se poderia prever que a mudança de governo, faria automaticamente Lira mudar de postura.

Todavia, de partida, para que se começasse a criar uma relação entre Lula e Lira, se fazia necessário o Palácio do Planalto não interferisse na eleição da Câmara dos Deputados, ou seja, deixasse de lançar uma candidatura própria. O custo pago (impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff) pesou na decisão. Foi feita a vontade de Lira, que venceu a disputa obtendo 464 votos, de um total de 513.

Com a manutenção do cargo confirmada, a pergunta que não quer calar: qual será o papel de Lira em relação ao governo? Um aliado de primeira hora ou apenas um facilitador do Palácio do Planalto, se resumindo em não atrapalhar o governo.

O que se fala pelos corredores do Congresso Nacional é que Lira deverá cumprir o acordo firmado com Lula em torno de sua reeleição: de não ser um aliado, mas não atrapalhar o governo, o que já é, digamos, uma grande ajuda. Grande parte dos parlamentares que estavam com Bolsonaro já nem lembram do ex-presidente. Já negociam as suas entradas na base do governo. É vida que segue em Brasília com Lira e Lula aliados.

Mas há uma questão a ser analisada e acompanhada nas próximas semanas: o controle de Arthur Lira sob seus pares poderá não ser o mesmo, fazendo com que o presidente da Casa perca gradativamente força política. Não esqueçamos que não vigora mais o orçamento secreto aos moldes de antes, o instrumento que fomentou a concentração de poder em Lira.

Imagem: A Crítica. 

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