Como esperado e adiantado por este Blog, Helder Barbalho já começa a se destacar não só como governador, mas também como um grande articulador político. E isso, torna-se evidente em sua atuação em Brasília, que tornou-se um destino recorrente, quase semanal. O governador conseguiu construir uma ótima relação política quando esteve ministro (2015 a 2018), e hoje transita pela capital federal com certa desenvoltura.
Helder já ensaia voos maiores, conforme informado pelo jornalista Edgar Lisboa, do Jornal do Comércio, do Rio Grande do Sul. O atual mandatário da política paraense quer se lançar para disputar a presidência nacional de seu partido, o MDB. Com figurões fora do páreo, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-senador Romero Jucá, o caminho fica mais fácil ao político paraense, que teria como adversário, caso se lance, o deputado federal Alceu Moreira, do Rio Grande do Sul, que lidera a poderosa Frente Ruralista.
Segundo narrativas vindas de Brasília, há hoje uma clara tendência de o MDB ter um presidente que esteja fora do eixo tradicional nordeste/sudeste, indo, portanto, para os extremos norte e sul do país; por isso, os dois nomes citados fazem sentido. Contam favoravelmente a Helder, além de se mostrar como um grande articulador político, o cargo que ocupa, e o que possui em seu currículo como político. E ele sabe que está tendo a chance de ser o líder de um amplo projeto de reformulação do MDB, que visa proporcionar uma “nova cara” a legenda.
Atualmente com o amplo debate sobre o futuro da Amazônia, em que os índices de desmatamento e queimadas estão fora de controle, o governador paraense está sendo uma voz ativa e exercendo certa liderança dentro do grupo de governadores que formam o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, e isso ficou claro na reunião de ontem, 27, entre os mandatários estaduais com o presidente Jair Bolsonaro. Na referida ocasião, Helder cobrou duramente o governo, ao indagar o que será feito efetivamente para enfrentar de forma permanente o problema atual (queimadas e desmatamentos). Barbalho interrogou ainda sobre o que será feito em relação ao Fundo Amazônia, e cobrou do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, como serão usados os recursos existentes do fundo.
Helder ainda tratou em sua fala sobre a disputa verbal entre os presidentes do Brasil e da França, e classificou tal ato como perda de tempo, pois segundo ele há outras questões mais urgentes.
O herdeiro político de Jader, caminha para voos maiores. Quer consolidar o seu nome como uma grande liderança regional e, quem sabe, com a possibilidade de ser o presidente nacional de seu partido, para fincar posição de vez em Brasília. Seu destino político, a priori, será se reeleger como governador, e a partir desse processo, montar base permanente na capital federal. Está consolidando internamente, ou seja, no território paraense a sua hegemonia política. O passo seguinte será o planalto central brasileiro. Seguirá o caminho de seu pai. Sua pretensão é muito além do Palácio que atualmente ocupa.