De volta para casa

Na data corrente, o presidente Jair Bolsonaro, finalmente se filiou a um partido político, depois de quase dois anos sem compor nenhum quadro partidário. O escolhido foi o Partido Liberal (PL), a sua nona legenda, desde quando entrou na vida pública. Outros outros partidos que Bolsonaro se filiou foram: PDC, PPR, PPB, PTB, PFL, PP, PSC e PSL.

O ato de filiação era para ter acontecido no último dia 22, mas por conta de divergências internas no que diz respeito aos acordos do PL nos estados, se adiou a data. Segundo informações de bastidores, Bolsonaro não aceitou acordos do partido com seus adversários políticos como, por exemplo, governador João Dória, em que o PL compõe a base governista.

Pelo visto, por hora, as divergências foram sanadas. Além do presidente, quem se filou ao PL foi o seu filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro, que, pelo visto, segue o rito do pai, somando agora quatro filiações partidárias: eleito em 2018 pelo PSL, migrou para o Republicanos em março de 2020 e se transferiu de novo para o Patriota em maio deste ano. Além dos citados, outro que se filiou ao PL foi o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que deverá concorrer ano que vem ao Senado ou ao Governo do Rio Grande do Norte.

Esquizofrenia Bolsonarista

A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, um partido que compõe o Centrão e, por isso, componente do que se chama “velha política”, termo que o atual presidente afirmou que não iria fazer parte, pelo contrário, afirmou na época de campanha que era preciso combater esse modus operandi de nossa política, agora, com o seu ato de filiação, deixou seus seguidores sem discurso ou, pelo menos, constrangidos. Em que Bolsonaro se diferencia dos demais se filiando a um partido tão tradicional, conhecido por apoiar qualquer um que esteja no poder? Ou seja, pratica de forma velada a “velha política”. Fisiologismo puro.

O PSL – conforme tratado pelo Blog do Branco em diversos artigos – serviu apenas para atender casualmente ao projeto de poder de Jair Bolsonaro. Quando o presidente tentou tomar o partido para si, perdeu. Tentou sem sucesso criar a sua própria legenda, o projeto “Aliança Pelo Brasil”. Após isso, o mandatário nacional ficou dois anos sem filiação, até fechar com o PL, isso depois de quase ter se definido pelo Patriota.

A relação do PL com Jair não deverá ser fácil. O partido não aceitará ser uma legenda controlada pelo clã Bolsonaro, e os acordos políticos nos estados com adversários do presidente, tendem a “azedar” essa relação. Por outro lado, diferente de 2018, quando concorreu por uma legenda nanica, que lhe dava, por exemplo, oito segundos de tempo de TV, agora o presidente terá a máquina federal e um dos maiores partidos políticos do Brasil, que lhe garantirá muita capilaridade político-eleitoral.

De todo modo, Bolsonaro volta para casa, para aos braços do Centrão, grupo que o criou e que ele fingiu combater. Tolos foram os que se deixaram enganar.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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