Pará: Grupo Liberal entrevistou Jair Bolsonaro

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A exemplo do que aconteceu no dia 28 de janeiro deste ano, quando o entrevistado foi o ex-presidente Lula (PT), na manhã desta segunda-feira, 11, o Grupo Liberal entrevistou o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A entrevista começou com o mandatário nacional afirmando que o estado do Pará, foi o único ente federativo fora da região Nordeste em que ele perdeu a eleição. Mesmo assim, segundo o presidente, o seu governo não mudou o tratamento em relação ao povo paraense, o tratando com isonomia.

A entrevista foi conduzida pelo radialista Abner Luiz e pelo diretor de conteúdo do Grupo, Daniel Nardin (foi professor deste que vos escreve no curso de pós-graduação em Assessoria de Comunicação). De partida, houve a confirmação da agenda de Bolsonaro no Pará, no próximo dia 28, nos municípios de Belém e Paragominas. A estada em solo paraense será para entregar de títulos de terra. Segundo o mandatário nacional, em seu governo não se faz “invasão” de terra como antes, não chegando a dez por ano.

Nardin citou o município de Paragominas como exemplo de produção e preservação, em que se tem extração mineral e forte presença do agronegócio, assim como políticas sustentáveis. Perguntou ao presidente como equacionar essa questão de manter a produção e preservar o meio ambiente na Amazônia? Bolsonaro repetiu a narrativa de sempre: os índios querem produzir, comercializar as riquezas naturais em suas reservas. Quem não se pode criminalizar as atividades econômicas na região. Colocou também na conta das Organizações não Governamentais a culpa na política ambiental. Ainda sobre o tema, o presidente voltou a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal, que segundo ele, passam do limite de suas atribuições.

Na pauta foi tratada a questão da pandemia no Brasil. Bolsonaro voltou a dizer que não errou na condução do país durante a crise sanitária. Jogou como sempre na conta dos governadores a crise econômica, causada pelo fechamento de estabelecimentos comerciais. Mais uma vez, o presidente voltou a defender o tratamento precoce (uso de medicamentos no tratamento da Covid-19 sem que os mesmos tenham comprovação científica de eficácia), sem ser interpelado em nenhum momento pelos entrevistadores. Ainda sobre o tema, Bolsonaro fez ataque direto ao governador Helder Barbalho (MDB), sem citá-lo nominalmente. E voltou à carga contra o mandatário estadual no que diz respeito às operações que a Polícia Federal fez em prédios do governo estadual.

Bolsonaro afirmou que não há corrupção em seu governo. Diz que promove um novo estilo de fazer política, e que agora os partidos não assaltam o erário público. O presidente produziu uma sequência de inverdades e que em nenhum momento foram questionadas por Luiz e Nardin. Bolsonaro esteve muito à vontade na entrevista, que parecia ser uma peça publicitária de seu governo.

O ápice do encontro remoto foi sobre quem será o candidato a vice-presidente. Bolsonaro disse que está “90%” fechado que o escolhido seja o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, que até se filiou ao PL. Conforme tratado pelo Blog do Branco, a escolha tem método, pois forma uma chapa “puro-sangue” para as eleições, o que agradaria, em tese, os apoiadores mais ortodoxos do presidente.

De todo modo, o Grupo Liberal mostra a sua força por ter entrevistado os dois pré-candidatos ao Palácio do Planalto mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.

Imagem: O Liberal.

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