A situação da pandemia se agrava no Brasil inteiro, fato relacionado ao que os especialistas chamam de segunda onda, com a rápida elevação no número de casos de infectados e óbitos. Não se pode desconsiderar que, já se identificou em todo território nacional variantes do vírus, mais contagiosos e resistentes a qualquer ação imunológica do corpo humano.
No plano estadual, o governo do Pará decretou no mês passado Lockdown na região oeste do Pará, e encaminhou em seguida o bandeiramento vermelho em todo o território paraense. Nesta última segunda-feira (14), iniciou mais um Lockdown na capital do Pará e de sua Região Metropolitana. O nível de ocupação de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva passou de 90% tanto no sistema público, quanto no privado. O que se tornou inevitável o fechamento de estabelecimentos comerciais e restrição máxima de circulação de pessoas.
Em Parauapebas, a situação era de atenção, todavia, estava como os governantes gostam de chamar: “Em nível administrável”, porém, estava evidente que a tendência era de crescimento do caso de contágio e consequentemente de ocupação de leitos clínicos e de UTI.
Na última sexta-feira, 12, o prefeito Darci Lermen (MDB) assinou mais um decreto, este com clara intensão de flexibilizar o estadual que está vigente. Em linhas gerais, o alcaide municipal após ter receber representantes de diversos setores econômicos da “capital do minério”, atendeu as solicitações, tendo como base o cenário epidemiológico, tornou as restrições menos rígidas, alterando, por exemplo, o funcionamento do horário de funcionamento de estabelecimentos e reabrindo outros. Não havia passado nem 24 horas do novo decreto, este mais flexível, denúncias chegavam de estabelecimentos que estavam descumprindo a Lei, provocando aglomerações, mantendo ocupação muito acima dos 50% que o decreto determinava como limite máximo. Dois desses estabelecimentos foram fechados pela Vigilância Sanitária municipal.
Caminhando para o Lockdown
Infelizmente, o município de Parauapebas caminha para a paralização total de suas atividades econômicas, a exemplo do que aconteceu em maio de 2020, no auge da crise do que se chamava de “primeira onda”. O Blog analisou os números divulgados pelo boletim diário da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) desde o último dia 11 do mês corrente. Na citada data, a ocupação de leitos de UTI nas redes pública e particular chegou a 80%; no dia seguinte desceu para 73% no SUS e 80% na particular; no dia 13, voltou a subir a ocupação do Sistema Único de Saúde, atingindo 93%. No dia seguinte (14), oscilou para 87%; na data seguinte atingiu novamente nível alarmante de 93%; e hoje, 16, atingiu a ocupação máxima (100%) de leitos de UTI e clínicos. Não há vagas dentro do sistema público.
A rede particular opera na data corrente com 90% de ocupação em UTI e com 77% de uso de leitos clínicos, mas sem o suporte da rede pública, deverá colapsar nos próximos dias. Inevitavelmente e infelizmente, por conta da falta de consciência e responsabilidade de muitos, Parauapebas caminha para Lockdown. Não há outra saída.