A Petrobras divulgou na noite da última quarta-feira (01) que seu lucro líquido registrado em 2022, foi de R$ 188,33 bilhões, recorde histórico da estatal. O resultado é 77% maior que do ano anterior. Se considerado o quarto trimestre, o lucro líquido registrado é de R$ 43,34 bilhões, alta de 37,6% em relação ao terceiro trimestre.
O montante veio acima do resultado esperado por uma pesquisa da Refinitiv, que era de R$ 37,61 bilhões. O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação – ajustado no período foi de R$ 73,09 bilhões. A estatal divulgou seu balanço do quarto trimestre (4T22) e consequentemente os resultados do ano de 2022.
De acordo com a companhia, todas as metas de produção para o ano foram atingidas, tendo atingido recorde anual na produção operada. No trimestre, a produção total própria no pre-sal foi 1,5% acima do registrado nos três meses anteriores e representa 75% da produção total da Petrobras.
“Este resultado se deveu, principalmente, à entrada em operação do FPSO Guanabara (campo de Mero) e da P-71 (campo de Itapu), bem como à continuidade dos ramp-ups da P-68 (campos de Berbigão e Sururu), FPSO Carioca (campo de Sépia) e FPSO Guanabara, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos. Outro fator que contribuiu para este resultado foi a entrada em produção de novos poços da Bacia de Campos”, diz o relatório da companhia.
Segundo comunicado da Petrobras, o aumento se deve principalmente à alta dos preços do petróleo, melhor resultado financeiro e ganhos com acordos de coparticipação em campos da Cessão Onerosa.
O balanço da companhia também aponta recorde no pagamento de tributos e participações governamentais, com recolhimento total de R$ 279 bilhões. Outro recorde foi de fluxo de caixa livre, de R$ 205,8 bilhões, alta de 22% em relação a 2021.
Dividendos
A Petrobras aprovou nesta quarta-feira (1º) o pagamento de um novo mega dividendo aos acionistas. A decisão foi tomada pelos onze integrantes do Conselho de Administração, que inclui o novo presidente da estatal, Jean Paul Prates (PT).
O megadividendo da Petrobras deve ficar em R$ 29 bilhões, mas a diretoria chegou a defender R$ 35 bilhões. A decisão vem um dia depois da crítica da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hofmann, sobre a política de remuneração dos acionistas.
A companhia informou que, como o montante ultrapassa em R$ 6,5 bilhões no trimestre a aplicação da fórmula prevista na Política de Remuneração aos Acionistas, o conselho de administração (CA) sugeriu que os acionistas avaliem a criação de uma reserva estatutária.
“Caso os acionistas não acatem a sugestão do CA de criar a reserva, ou, caso não seja retido todo o saldo, o conselho recomendou aos acionistas que o pagamento desses R$ 6,5 bilhões ou do saldo remanescente ocorra em 27/12/2023 corrigido pela Selic e deduzido do valor da segunda parcela de dividendos”, disse a empresa.
No caso de aprovação sem a retenção ou postergação, os dividendos serão pagos em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho.
O banco suíço UBS realizou uma estimativa em que mostra que a Petrobras deve distribuir o equivalente a 28% do preço de suas ações em dividendos a seus acionistas. Ao comparar com outras petroleiras internacionais, a Petrobras sai na frente. A chinesa Sinopec distribui 9% em dividendos. Em seguida, aparecem Exxon e Saudi Aramco, com 4%. Por fim, Chevron e Shell com uma distribuição de 3% em dividendos.
Com informações da Reuters.
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