Rei morto, rei posto

Ontem, 05, a entrevista concedida pelo governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) deu o que fala no meio político, em especial, em redutos bolsonaristas. Tudo porque o novo mandatário paulista proferiu o seguinte comentário em uma entrevista à CNN Brasil: “Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmente desse governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural”.

Tal declaração caiu como uma bomba no meio dos apoiadores do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL). Analisando a questão, o que foi dito por Freitas é a mais pura realidade. De fato, ele nunca foi um bolsnarista raiz, ou seja, aquele mais fervoroso, que compõe, por exemplo, o campo ideológico. Tarcísio sempre se gabou de ser um técnico, que chegou a ser ministro por sua capacidade gerencial e conhecimento da máquina pública federal, participando, inclusive de governos do PT.

Recentemente, escrevi aqui que o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, se tornaria o “abrigo” do bolsonarismo ao ser desalojado da estrutura federal. O que vem se desenhando é que o esperado desembarque em massa dos apoiadores de Bolsonaro na capital paulista acontecerá, mas em proporção muito menor do que se poderia esperar. Haverá maior participação de outras legendas na gestão, tendo o PSD com uma grande força, representado por seu presidente Gilberto Kassab, que será o todo poderoso secretário de governo.

Inegavelmente, Tarcísio “surfou” na onda bolsonarista para se eleger. Todavia, sabe que precisa sair da extremidade e ir para o centro, buscando, inclusive, relação (mesmo sob a justificativa de ser republicana) com o governo Lula. Freitas sabe que sem o Governo Federal não consegue governar com respiro o estado mais rico do país.

No primeiro dia do próximo ano, Jair Bolsonaro será um ex-presidente, portanto, sem poder. Já Tarcísio terá muito poder. A máxima tão aplicável na política: “rei morto, rei posto” é sempre revivida. Por mais que os bolsonaristas esperneiem e critiquem o governador eleito de São Paulo, ele foi coerente e está sendo altamente pragmático. Assim como Tarcísio, outros terão a mesma postura. O maior desafio de Jair Bolsonaro será se manter vivo politicamente.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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