Resistência de Simão

Mesmo com todas as adversidades, como impedimento legal, que o torna inelegível; sem apoio de seu partido, o ex-governador Simão Jatene (PSDB) tenta de todas as formas se manter vivo politicamente. Resiste a um contexto que lhe altamente desfavorável. Ainda não quer deixar a vida pública e se dedicar a um dos seus hobby preferidos: pescaria.

Em menos de uma semana, diversos acontecimentos envolveram o ex-mandatário da política estadual. Reunião a portas fechadas na sede do PSDB, que definiu Simão Jatene ao Senado Federal e Flexa Ribeiro ao governo do Pará. Depois que a notícia tomou grande repercussão, o ex-governador tucano tratou de desmenti-la. Disse que o veredito não existia, sendo foi notícia plantada por adversários com interesses políticos.

O que soa estranho nessa história é que o primeiro veículo a tornar público o encontro tucano e o conteúdo tratado na oportunidade, foi o Portal Roma News, de propriedade de Rômulo Maiorana, um aliado histórico dos tucanos. Comenta-se que, o citado veículo estaria no radar de cooptação do governo estadual. A ver.

Todavia, mais um capítulo foi escrito nesta série tucana para as eleições de 2022. Na última terça-feira, 31, o jornalista Gabriel Pinheiro, correspondente da CNN Brasil no Pará, informou em sua rede social que Simão Jatene havia batido” o martelo” sobre seu futuro político. Em reunião com dirigentes partidários, deputados federais e estaduais, decidiu que será candidato ao Governo do Estado, em 2022. Ou seja a sua candidatura ao Senado Federal não passou de blefe.

Segundo Pinheiro, a estratégia nesse momento, segundo aliados, é manter o apoio do Senador tucano cearense Tasso Jereissati, um dos maiores caciques nacionais tucanos, que seria responsável por intermediar conversas na Executiva nacional do PSDB para dar a Jatene a vaga na disputa ao governo. Porém, vale ressaltar que o PSDB a nível estadual está na base do governo Helder.

Todos os movimentos de Simão seguem – na visão dele – tendo como base a anulação de sua inelegibilidade, imposta pela Assembleia Legislativa, quando reprovou suas contas de 2018. Jatene sabe do cenário desfavorável, mas sabe também que ao manter seu nome dentro do tabuleiro, indiretamente ele mexe as peças do jogo, cria frisson, interfere em acordos, e o principal: não deixa o clima de já ganhou para Helder Barbalho.

Apesar das movimentações, Jatene precisa antes de tudo reverter a decisão que o impede de concorrer, para depois ao ter o seu nome confirmado, reconstruir acordos. No plano político, precisa do apoio da Executiva nacional, depois reorganizar o PSDB no Pará. O cenário lhe é altamente desfavorável, mas ele resiste em nome de sua sobrevivência política.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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