Não é de hoje que o Blog do Branco vem tratando do tema referente à relação do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, e o atual prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, ambos do MDB. A relação já vinha de mal a pior. O mandatário municipal nunca aceitou seguir as determinações do clã Barbalho, mesmo após ter se filiado ao partido comandado no Pará pela citada família.
As eleições de 2022 foram a “gota d’água” na já desgastada relação. Primeiro, porque Santos resolveu lançar a sua esposa, Alessandra Haber para deputada federal, que foi a mais votada no Pará, contrariando as estratégias barbalhista.
Depois, Helder solicitou em reunião com seus correligionários e base política que se dedicasse para eleger no segundo turno o ex-presidente Lula. Conforme dito aqui em outro artigo, Daniel Santos não moveu uma “palha”, assim como a sua esposa, em prol da campanha do petista em Ananindeua. Resultado: o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o mais votado no segundo maior colégio eleitoral paraense. A diferença foi pequena, menos de 1% entre os votos válidos. Poderia ter sido por um voto apenas, mas a derrota de Lula na “casa” de Helder tem um valor simbólico pesado. A diferença, talvez, não tenha sido maior em favor do atual mandatário nacional, porque Barbalho foi às ruas, arregaçou as mangas pedindo voto, diferente de seu correligionário, que nem deu as caras.
O rompimento entre Helder e Daniel foi informado em primeira mão pela jornalista Franssinete Florenzano em suas redes sociais e em seu veiculo, o Uruatapera. A citada teve como base a Portaria de nº 168, publicado no dia 07 no Diário Oficial Estado (DOE), em que 22 exonerações foram expostas. Segundo Florenzano, todas indicações do atual prefeito de Ananindeua.
Conforme dito neste espaço em diversas oportunidades, Daniel que teve apoio de Helder para se eleger o deputado estadual mais votado de 2018, na sequência presidir a Assembleia Legislativa (Alepa) e depois ter sido eleito prefeito de Ananindeua, com apoio também de Manoel Pioneiro (PSDB), Daniel resolveu seguir caminhos próprios, alternativos, conforme diversos exemplos postados aqui. Daniel desde 2020 colocou na cabeça que disputará o governo estadual, quem sabe, em 2026.
A ruptura entre ambos era algo esperado. Se esperava pelo momento do anúncio que nem precisou ser declarado, está posto, segundo Florenzano. Quais serão os próximos passos? Com a ruptura, a permanência de Daniel e sua esposa no MDB tornou-se insustentável, em qual legenda ambos poderão se abrigar? Como fica a questão das disputas municipais, em 2024?
Daniel Santos mostrou independência e, talvez, deslealdade. Isso tem um preço. Fortes emoções pela frente. Aguardem.
Imagem: LCM.