Em pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, entre os dias 18 e 21 de julho, apontou que o presidente Jair Bolsonaro lidera em todos os cenários analisados. Foram ouvidas 2.030 pessoas em 188 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Em três cenários de primeiro turno apontados pela pesquisa – com Sergio Moro (sem partido) como principal adversário, com Lula (PT) como oponente e, por fim, como Fernando Haddad (PT) como concorrente – o presidente teria porcentuais que variam entre 27,5% e 30,7%. Ele também derrotaria três em eventuais segundos turnos: contra Moro, teria 44,7% dos votos ante 35% do ex-ministro; ao enfrentar Lula, receberia 45,6% contra 36,4% do ex-presidente; e na disputa com Haddad venceria com a maior folga: 46,6% contra 32%.
Bolsonaro também ganharia de outros três potenciais adversários: Ciro Gomes (PDT), por 48,1% contra 31,1% do pedetista; João Doria (PSDB), por 51,7% ante 23% do governador de SP; e Luciano Huck (sem partido), cenário em que o atual presidente arrebataria 50,8% dos eleitores, e o apresentador de TV 27,6%.
Melhora na avaliação
A pesquisa do Paraná Pesquisas mostra ainda que a avaliação de Bolsonaro melhorou em comparação com o levantamento anterior, feito no fim de abril, apesar do crescente número de mortos no país em razão da pandemia do novo coronavírus. Agora 48,1% dos brasileiros desaprovam a sua gestão (eram 51,7%) e 38% consideram ruim ou péssimo a atuação de Bolsonaro no governo federal (eram 39,4%).
A avaliação positiva também oscilou para cima: de 44% para 47,1%. No mesmo período, os eleitores que consideram o mandato do atual presidente ótimo ou bom foi de 31,8% para 34,3%, ambas variações acima da margem de erro da pesquisa.
Análise do Blog
Diversos fatores explicam tal desempenho. A inércia do presidente em relação a pandemia, poderia se fazer pensar que ele iria despencar em sua popularidade, ter, por exemplo, a sua base eleitoral reduzida. O que é comum entre os analistas é que, o auxílio emergencial mensal de 600 reais (o governo queria pagar o valor de R$ 200) teve um efeito positivo além do esperado em relação à imagem do presidente.
Bolsonaro – como já analisado por este Blog – percebeu a necessidade de avançar sobre redutos que antes eram de seus adversários do campo da Esquerda. Por exemplo, o Palácio do Planalto irá transformar o Bolsa Família em outra política social, que deverá se chamar de “Renda Brasil”, em que o repasse ao beneficiário (independente da faixa de recebimento) será maior. O presidente claramente entendeu a necessidade em investir nesta base que, além de lhe garantir votos, diminui o “poder de fogo” de alguns de seus adversários, em especial o PT.
Nem mesmo as pesadas denúncias que envolvem seus filhos (Flávio no caso das “rachadinhas” e Carlos em relação às fakes news), além de Queiroz, foram capaz de abalar o seu índice de apoio. Bolsonaro se apresenta atualmente de forma mais amena, menos beligerante. O perfil mais contido parece ter produzido mais um efeito positivo em sua avaliação. E tal apresentação não foi uma decisão do presidente, ela foi necessária por conta da distensão com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Portanto, a pesquisa mostra que – e levando em consideração o avanço do governo na área social – Bolsonaro poderá crescer ainda mais. Com todas as adversidades, continua a manter a sua base e agora a expandi-la. No campo econômico, como já dito aqui, o perfil neoliberal de Paulo Guedes perdeu força. Agora a ordem é tudo pelo social. Jair experimentou e gostou. Seus números reforçam isso.