Sonoridade reversa

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Ontem, 12, Belém, a capital do Pará, completou 408 anos. É a segunda mais antiga cidade do Norte do Brasil. Em um longo editorial, o Blog do Branco tratou de algumas questões que margeiam às comemorações de mais uma passagem de ano da segunda mais populosa cidade nortista.

Pois bem, como de praxe, todos os anos, o marco das comemorações (já que grandes obras deixaram de serem anunciadas há muito tempo na passagem de ano da capital) é o corte de um grande bolo cercado por diversas autoridades, tradicionalmente servido à população. Todavia, viralizou a chegada do prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) ao local, sob intensa vaia da ampla maioria dos presentes. O manifesto foi tamanho que a equipe de assessores, secretários não conseguiram disfarçar o alto nível de constrangimento a que foram acometidos.

O ato, mostrado à esmo em todos os veículos de comunicação constrange até quem é oposição. O fato é emblemático e confirma o que todos sabem (incluindo os auxiliares de Edmilson): sua situação político-eleitoral é muito delicada. Seu projeto de reeleição é algo dado como perdido. O que se diz é que, caso Edmilson seja reeleito, tal façanha será um marco na história política da capital paraense.

Na noite anterior, 11, um grande evento promovido pelo governo do Estado no estacionamento do Mangueirão, dava início às comemorações dos 408 anos e mostrava – via antecipação de agenda de ações – que o governador Helder Barbalho (MDB) ao lado de sua vice, Hana Ghassan, teriam algumas agendas distintas com a da Prefeitura de Belém. Nessa ocasião, Edmilson Rodrigues não compareceu (para alívio dos presentes). As vias ficaram para o dia seguinte.

Belém comemorou aniversário sob intensa chuva (algo normal no período de inverno amazônico) e com o volume de lixo nas ruas nunca antes visto. As operações de limpeza da cidade, acabam sucumbindo à falta de coleta de resíduos, retornando às ruas, gerando transtorno.

Narrativas eleitorais 

O que se fala – coincidentemente no período do aniversário de Belém – que a vice-governadora, Hana Ghassan, do MDB, estaria sendo preparada para concorrer ao Palácio Antônio Lemos, em 2024, tendo o deputado estadual licenciado, Igor Normando (Podemos), como vice. Neste caso, eleita, deixaria a vice-governadoria, abdicando de ser a próxima governadora? Pelas conversas de bastidores, não. Hana ficaria por dois anos, saindo para concorrer ao governo do Estado, deixando, portanto, a cadeira para Normando. Claro que isso tudo são especulações. De certo é que Helder não quer apoiar o projeto de reeleição de Edmilson.

Do outro, lado, duas questões: o deputado federal bolsonarista Eder Mauro (PL), concorrerá? Ele está bem posicionado nas pesquisas. Em alguns levantamentos chega a liderar. Sem dúvida, dentro do campo que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-delegado de Policia Civil, é o mais competitivo. E ex-candidato, Everaldo Eguchi, ficou pelo caminho? Sua musculatura eleitoral murchou?

O fator “Lula” – a “bóia” que o prefeito Edmilson ainda se agarra, terá influência em fazer valer sua força para impor o apoio da máquina estadual ao atual mandatário da capital paraense? Ou o mandatário nacional entendeu em que situação vive o governo psolista em Belém?

Não há em um horizonte curto, e para alguns médio, de saída para salvar politicamente Edmilson. Nem o montante de R$ 3,2 bilhões anunciados recentemente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos em Belém para a COP-30, teria a capacidade de salvá-lo. Pelo visto, de agora em diante, por recomendação, melhor o atual prefeito de Belém evitar aparições públicas.

Imagem: reprodução Internet. 

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