#TBT do Blog: CMP afasta do cargo o prefeito Valmir Mariano

O mês de março de 2015 começava bem atribulado na política de Parauapebas, por conta da péssima relação entre o prefeito Valmir Mariano (PSD) e os vereadores, que culminou o afastamento do citado mandatário, algo inédito na política da capital do minério. Vale a pena relembrar em mais um capítulo da série “#TBT do Blog”.

Ontem (03) ocorreu um fato inédito no âmbito político de Parauapebas: o prefeito Valmir Mariano (PSD) foi afastado do cargo por 180 dias pela Câmara Municipal, depois de algumas reviravoltas, como abandono de sessão e a migração de vereadores da base governista para a oposição. Vamos aos fatos…

Não é de hoje que se acumulam denúncias de todas as ordens contra o prefeito Valmir. Há documentos que comprovam tais acusações, mas nada efetivamente era feito. Ou seja, a rotina continuava mesmo com os bastidores políticos nervosos. O chefe do Executivo mantinha na CMP uma base com 10 vereadores dos quinze que compõe
o parlamento municipal. O chamado G-5 (grupo dos cinco vereadores da oposição que mantém forte críticas ao governo) pouco poderia fazer em ações práticas por conta da base numérica menor.

Todavia, dentre outros desastres da administração municipal, uma das mais relevantes é a relação complicada com a base governista no parlamento. Falta habilidade política ao Palácio do Morro dos Ventos para com os vereadores da situação, numericamente soma dez membros. Mas, há sempre (e cada vez mais corriqueira ultimamente)
rebeliões de vereadores aliados. E assim a defesa governista começou a ruir.

Ontem, 02, qualquer dúvida sobre os desastres da articulação política da gestão Valmir Mariano foram comprovadas da pior forma para o prefeito. O advogado Helder Igor deu entrada na CMP com pedido de afastamento do chefe do Executivo parauapebense, pautado em diversas denúncias, o que provocou a instauração de uma “Comissão Processante”, que afastou o prefeito do cargo por 180 dias. Para que o processo avançasse precisaria da concordância da maioria dos parlamentares. O G-5 teria que contar com pelo menos mais três assinaturas. E elas – sem surpresas – vieram.

Como manobra esperada, os vereadores da base se retiram do plenário para evitar a continuidade da sessão. Não funcionou, três vereadores que apoiavam o prefeito migraram para a oposição. Sendo assim, a sessão continuou e a Casa de Leis deliberou pelo afastamento do prefeito Valmir Mariano pelo período de 180 dias. Cabe recurso e o prefeito deverá fazer valer o seu direito de defesa. A questão é que as denúncias são graves, com provas cabais de desvios de recursos públicos em diversas áreas. Estranhamente, o Ministério Público acionado diversas vezes
nada fez.

A notícia do afastamento do prefeito de Parauapebas no final da tarde de ontem (02/03/2015), caiu como uma bomba no meio político da cidade e da região. O que isso representará para a disputa eleitoral municipal que já começa a se formar para 2016? Quais as consequências do afastamento do prefeito?

Mesmo que o chefe do Executivo municipal seja reconduzido ao cargo, o ato cria instabilidade em seu governo; no cenário político da cidade e fortalece seus opositores, especialmente o ex-prefeito Darci Lermen (PT), que segundo algumas consultas feitas pela cidade, lidera a disputa pelo Palácio do Morro dos Ventos para o próximo ano.

Além disso, antes mesmo do afastamento do prefeito, a atual gestão municipal se encontra em um difícil cenário. Avaliação do governo é ruim, abaixo do esperado. Pelo que se percebe, a situação política do mandatário
municipal piora a cada dia, não só na avaliação popular, mas em suas “engrenagens” administrativas e operacionais. Se a base oposicionista crescer na CMP, a situação tende a piorar. A política na capital do minério ferve. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

Imagem: fotomontagem. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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